“Alors, ô ma beauté! dites à la vermine
Qui vous mangera de baisers,
Que j'ai gardé la forme et l'essence divine
De mes amours décomposés!”
Charles Baudelaire
Qui vous mangera de baisers,
Que j'ai gardé la forme et l'essence divine
De mes amours décomposés!”
Charles Baudelaire
O relógio não tocou, Alicia está deitada-, sua cama encontra-se rente à parede sob a janela. Um pequeno feixe de luz é projetado no seu pé direito, estão descobertos-, fazem movimentos circulares. Ora a luz incide em um, ora em outro-, isto a distrai. Não dormia de meias, gostava de estralâ-los-, adorava sentir a luz. Sua fisionomia mudou, o feixe tocara o dedinho direito-, seria a hora de se levantar. Esforçou-se para acompanhar o trajeto, esticara a perna direita ao máximo-, não mais o alcançava.
A luz incide no centro do quarto, é apenas um pequeno feiche-, ínfim0. Regina entrou gesticulando, sempre está atrasada-, falava rápido. Não compreendeu o porquê da filha não ter se levantado-, deveria estar arrumada há trinta minutos. Teve consciência do ocorrido, pegara as chaves do carro-, atravessando a sala, não viu a filha-, iriam se atrasar. Irritou-se, Alicia estava deitada-, não compreendia a situação. Tentou se recordar se o despertador tocara-, com certeza não. Ele marca apenas as horas, nunca tocara-, deveria tocar todos os dias às seis horas.
O relógio marca 5h55, Alicia desligou o despertador-, acordara. Ela não gosta do barulho feito, prefere os sons do seu corpo-, da sua respiração, do estralar dos dedos dos pés. Sua mãe chegou, a luz passara-, não quer se levantar. Pensava na história lida, concluía ser o personagem louco-, ela nunca o trairia. Ele sim teve um caso com o melhor amigo, na infância eram seminaristas-, ambos admiravam-na. A traição parecia-lhe indiferente, um dia irá escrever sobre a relação dos amigos-, seria o aspecto mais importante.
Tentara entender a exceção, a regra foi mais forte-, Alicia inverte a ordem. O livro indica isso. A mãe grita, quebra o raciocínio da filha. Entre gritos e soluços, Regina pergunta se ainda haverá tempo de levá-la à escola-, não quer se atrasar para o trabalho. O silêncio é quebrado pelo estralar dos dedos, não sabe o que responder-, vira-se para a parede. Houve gritos de raiva, ouve sons dos sapatos. A porta do quarto fecha-se, tem-se o barulho da batida.
Seu braço esquerdo dói, começa a formigar-, imagina desenhos formados pelas manchas na parede. Entediada, vira-se-, não há manchas no teto. Não tem vontade de se levantar ainda, pegara um livro debaixo da cama-, começou a lê-lo. Achava estranho o fato do filho não ter conseguido chegar ao enterro da mãe, sentia-se angustiante-, o cachorro apanhara bastante. Continuou lendo, culparam-no por não ter ido ao enterro-, matara um árabe. Sentia-se estranha, terminara-, se levanta. Percebe o desaparecimento do feixe de luz.
É o meio-dia, o sol está a pino-, sua sombra está pequena. Alicia pegou o livro, coloca-o debaixo do braço-, lera-o de manhã. Fecha o portão, o calor é insuportável-, um cachorro late, o ônibus passou-, esperara-o, atravessa a rua. Virou à direita para a Rua H, caminhara pela Avenida P-, está na Avenida E. Alguém havia morrido, o velório está cheio-, repara no sorveteiro de chapéu e roupas brancas. Vê uma criança alegre, está em dúvida se escolhe o de chocolate ou o de morango-, pega o de milho-verde. A banca de jornal está vazia, a dona conversa com uma outra mulher-, comprara o resumo das novelas.
Como adora a Avenida E, toda arborizada-, cheia de frescor. As árvores eram grandes, o sol esforçava-se para projetar algum feixe de luz-, era serena. Passara em frente a uma escola, todos estavam de branco-, saíram apressados. Viu uma casa abandonada, há sacolas e roupas sujas, velhas espalhadas-, uma mulher de olhar cansado acena de dentro, Alicia retribui-, acena a cabeça. Reparou na placa de aluga-se, chegara ao seu destino-, gostaria de morar ali.
Parara em frente à escada, reparou na frase pichada na fachada-, diziam não ouvir o famoso radialista da cidade. Subiu as escadas, são sete degraus-, colocara o pé esquerdo primeiro. Assinou o caderno, fora direto à seção circulante -, testa a sua rubrica. Um homem gordo tem dois botões da camisa abertos, está embaixo do ventilador-, olha para ela. Ele a repugna, usa um grosso cordão de ouro sobre o peito. Manda-a pegar um marcador. Alicia não lhe dá atenção, caminha para as estantes.
Pegou dois livros, os nomes deles chamaram-lhe a atenção-, gosta de ler o primeiro e o último parágrafo. Achara interessante a mistura das badaladas do relógio com o choro, mas gostou mais do jovem de passo tardo, vacilante-, ambos estavam numa dessas tardes quentes do princípio de julho. Alicia coloca um dos livros na estante, reparara na Bibliotecária na fileira ao lado-, estava recolocando-os, parava-, Luciana alinhava-os simetricamente. Volta, folheia o livro escolhido-, pega o seu marcador, coloca-o entre duas páginas quaisquer. A Bibliotecária está agora ao seu lado, não concorda-, sabe ter colocado corretamente o livro de volta à estante. Saiu, pega o corredor principal rumo ao balcão. Agora são três botões, sente nojo-, o barulho do ventilador é ensurdecedor.
No lado oposto à seção, na outra extremidade-, está a máquina fotocopiadora. Um pequeno rapaz opera-a atrás do balcão, a fila está grande. Os livros ficam empilhados em uma mesa de madeira, elas são altas-, é preciso cuidado para não desmoronarem. Na fila todos esperam a sua respectiva vez, têm rostos pálidos-, ficam fascinados com a luz. Esta é a luz, ela nunca vai embora. Alicia reconhece diversos companheiros de escola, resolve sair rapidamente. Não quer que a vejam, almeja chegar em casa-, estando no seu quarto, começaria a ler a história do jovem extraordinário.
Alicia acordara, desligou o despertador-, o relógio marca 5h59. Está virada para a parede, ficou triste pela moça ter perdido o seu véu-, seu pai morrera. Concordava com o assassinato da velha, mas não com a da sobrinha-, sentiu toda a euforia do momento. Tentava se encaixar em uma categoria, o jovem divide a humanidade em duas-, pensa. Regina adentra, notara o atraso-, está raivosa. A mãe prostrou-se ao lado da cama, não notara o feixe de luz-, começa a ladainha. Ela enumera a ordem da vida: acordar, trabalhar-, dormir. Em tom ríspido, pergunta o porquê da filha estar ainda deitada-, estando há tempos acordada. Alicia responde estar trabalhando, após a réplica sarcástica da mãe-, a filha tréplica estar pensando em coisas importantes. Ouve gritos de raiva, houve sons dos sapatos-, tenta dormir.
A luz incide no centro do quarto, é apenas um pequeno feiche-, ínfim0. Regina entrou gesticulando, sempre está atrasada-, falava rápido. Não compreendeu o porquê da filha não ter se levantado-, deveria estar arrumada há trinta minutos. Teve consciência do ocorrido, pegara as chaves do carro-, atravessando a sala, não viu a filha-, iriam se atrasar. Irritou-se, Alicia estava deitada-, não compreendia a situação. Tentou se recordar se o despertador tocara-, com certeza não. Ele marca apenas as horas, nunca tocara-, deveria tocar todos os dias às seis horas.
O relógio marca 5h55, Alicia desligou o despertador-, acordara. Ela não gosta do barulho feito, prefere os sons do seu corpo-, da sua respiração, do estralar dos dedos dos pés. Sua mãe chegou, a luz passara-, não quer se levantar. Pensava na história lida, concluía ser o personagem louco-, ela nunca o trairia. Ele sim teve um caso com o melhor amigo, na infância eram seminaristas-, ambos admiravam-na. A traição parecia-lhe indiferente, um dia irá escrever sobre a relação dos amigos-, seria o aspecto mais importante.
Tentara entender a exceção, a regra foi mais forte-, Alicia inverte a ordem. O livro indica isso. A mãe grita, quebra o raciocínio da filha. Entre gritos e soluços, Regina pergunta se ainda haverá tempo de levá-la à escola-, não quer se atrasar para o trabalho. O silêncio é quebrado pelo estralar dos dedos, não sabe o que responder-, vira-se para a parede. Houve gritos de raiva, ouve sons dos sapatos. A porta do quarto fecha-se, tem-se o barulho da batida.
Seu braço esquerdo dói, começa a formigar-, imagina desenhos formados pelas manchas na parede. Entediada, vira-se-, não há manchas no teto. Não tem vontade de se levantar ainda, pegara um livro debaixo da cama-, começou a lê-lo. Achava estranho o fato do filho não ter conseguido chegar ao enterro da mãe, sentia-se angustiante-, o cachorro apanhara bastante. Continuou lendo, culparam-no por não ter ido ao enterro-, matara um árabe. Sentia-se estranha, terminara-, se levanta. Percebe o desaparecimento do feixe de luz.
É o meio-dia, o sol está a pino-, sua sombra está pequena. Alicia pegou o livro, coloca-o debaixo do braço-, lera-o de manhã. Fecha o portão, o calor é insuportável-, um cachorro late, o ônibus passou-, esperara-o, atravessa a rua. Virou à direita para a Rua H, caminhara pela Avenida P-, está na Avenida E. Alguém havia morrido, o velório está cheio-, repara no sorveteiro de chapéu e roupas brancas. Vê uma criança alegre, está em dúvida se escolhe o de chocolate ou o de morango-, pega o de milho-verde. A banca de jornal está vazia, a dona conversa com uma outra mulher-, comprara o resumo das novelas.
Como adora a Avenida E, toda arborizada-, cheia de frescor. As árvores eram grandes, o sol esforçava-se para projetar algum feixe de luz-, era serena. Passara em frente a uma escola, todos estavam de branco-, saíram apressados. Viu uma casa abandonada, há sacolas e roupas sujas, velhas espalhadas-, uma mulher de olhar cansado acena de dentro, Alicia retribui-, acena a cabeça. Reparou na placa de aluga-se, chegara ao seu destino-, gostaria de morar ali.
Parara em frente à escada, reparou na frase pichada na fachada-, diziam não ouvir o famoso radialista da cidade. Subiu as escadas, são sete degraus-, colocara o pé esquerdo primeiro. Assinou o caderno, fora direto à seção circulante -, testa a sua rubrica. Um homem gordo tem dois botões da camisa abertos, está embaixo do ventilador-, olha para ela. Ele a repugna, usa um grosso cordão de ouro sobre o peito. Manda-a pegar um marcador. Alicia não lhe dá atenção, caminha para as estantes.
Pegou dois livros, os nomes deles chamaram-lhe a atenção-, gosta de ler o primeiro e o último parágrafo. Achara interessante a mistura das badaladas do relógio com o choro, mas gostou mais do jovem de passo tardo, vacilante-, ambos estavam numa dessas tardes quentes do princípio de julho. Alicia coloca um dos livros na estante, reparara na Bibliotecária na fileira ao lado-, estava recolocando-os, parava-, Luciana alinhava-os simetricamente. Volta, folheia o livro escolhido-, pega o seu marcador, coloca-o entre duas páginas quaisquer. A Bibliotecária está agora ao seu lado, não concorda-, sabe ter colocado corretamente o livro de volta à estante. Saiu, pega o corredor principal rumo ao balcão. Agora são três botões, sente nojo-, o barulho do ventilador é ensurdecedor.
No lado oposto à seção, na outra extremidade-, está a máquina fotocopiadora. Um pequeno rapaz opera-a atrás do balcão, a fila está grande. Os livros ficam empilhados em uma mesa de madeira, elas são altas-, é preciso cuidado para não desmoronarem. Na fila todos esperam a sua respectiva vez, têm rostos pálidos-, ficam fascinados com a luz. Esta é a luz, ela nunca vai embora. Alicia reconhece diversos companheiros de escola, resolve sair rapidamente. Não quer que a vejam, almeja chegar em casa-, estando no seu quarto, começaria a ler a história do jovem extraordinário.
Alicia acordara, desligou o despertador-, o relógio marca 5h59. Está virada para a parede, ficou triste pela moça ter perdido o seu véu-, seu pai morrera. Concordava com o assassinato da velha, mas não com a da sobrinha-, sentiu toda a euforia do momento. Tentava se encaixar em uma categoria, o jovem divide a humanidade em duas-, pensa. Regina adentra, notara o atraso-, está raivosa. A mãe prostrou-se ao lado da cama, não notara o feixe de luz-, começa a ladainha. Ela enumera a ordem da vida: acordar, trabalhar-, dormir. Em tom ríspido, pergunta o porquê da filha estar ainda deitada-, estando há tempos acordada. Alicia responde estar trabalhando, após a réplica sarcástica da mãe-, a filha tréplica estar pensando em coisas importantes. Ouve gritos de raiva, houve sons dos sapatos-, tenta dormir.
1 comentários:
Adorei o blog.
E esse conto é encantador!
Parabens!!
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