Realismo é um termo polissêmico. Ele pode designar tanto uma corrente Literária do final do século XIX, quanto a impressão do real provocada por um texto a partir de um certo número de procedimentos textuais. A problemática, que envolve o conceito de Realismo, se relaciona ainda com a ampla discussão do conceito de Mimesis-, ou seja, da relação da Literatura com a realidade-, e com essa negação pelas correntes Literárias Modernas que defendem a autorefencialidade da Literatura.
A Teoria Literária Moderna concebe o Realismo não como um “reflexo da realidade”, ou como uma “cópia”, nem mesmo como uma “imitação”-, mas sim como um discurso que tem as suas próprias regras e convenções, de modo que ele é considerando como sendo um conjunto de convenções textuais que naturalizam o signo lingüístico. Teóricos como Roland Barthes alegam que o Realismo é um código de significações que procura se fazer passar por natural, pontuando a narrativa literária de elementos que naturalizam o signo lingüístico. Para as correntes modernas, tais como a Formalista Russa e, principalmente, o Estruturalismo francês-, a Linguagem Literária é autoreferencial, o referencial seria um produto da semiosis-, não um dado preexistente.
A problemática, que envolve o conceito de Realismo e efeito de real, se insere dentro de um contexto ideológico, pois entre a teoria e a práxis-, tem-se a ideologia. Na perspectiva clássica, naturalista, marxista-, a Literatura possui uma estreita relação com a realidade-, ela é cópia, imita (mimesis) a realidade. Porém, na perspectiva Moderna, o Realismo é uma convenção textual, um conjunto de recursos que almeja naturalizar o signo lingüístico-, defendem ainda a autoreferencialidade da linguagem Literária, seu viés é puramente imanentista.
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