Curso e oficina de poesia marginal: “Poesia Marginal: Lixeratura?"
Texto de Patrícia Anzini da Costa
O Brasil, permeado por uma ditadura ortodoxa e pró-imperialista defendida pelos militares, é, desde 1964, palco de explosões de inúmeras manifestações artísticas, entre elas a arte engajada que defendia a arte como uma luta política e ética, colocando em choque fatores como participação X engajamento, nacionalismo X universalismo, folclore X modernização, etc., e temas caros como a exploração, a favela, o subdesenvolvimento e a miséria. Com isso, chegado o ano de 1968, os artistas representantes do movimento, sobretudo musical, conhecido como Tropicalismo, agora conscientes que a forma, muito mais virulenta como força de subversão que a palavra, vão representar a estética da crise. A poesia, portanto, reflete-se como um espelho da esperança de transformação individual, e consequentemente social, política e econômica para se atingir o florescimento de uma poética da realidade brasileira; e não como um instrumento de tomada de poder reduzindo a amplitude artística a uma saída conceitual para um problema político.
Decretado o Ato Institucional n°5, em dezembro de 1968, o movimento tropical encontra-se com o seu fim e seus maiores representantes são exilados. É aí que começam a proliferar livros artesanais e mimeografados, com distribuições manuais feitas pelos próprios autores em portas de bares, cinemas, restaurantes. A poesia marginal entra em cena com a proposta de, grosso modo, resgatar aquele desejo de ação coletiva dos tropicalistas em que o questionamento e a ânsia pela discussão no novo exigem outro percurso para o labirinto da procura estética: os já citados livros mimeografados. Sem depender da chancela oficial do Estado para existirem, o que possibilita um certo “drible” na censura, principalmente ideológica, artistas como Chacal, Francisco Alvim, Charles, Cacaso, etc. geram uma movimentação artística à margem que foi responsável por abalar estruturas e romper com formas estéticas ultrapassadas, propondo alterar o quadro estagnado da produção cultural nrasileira de então. Aquelas “mercadorias romântico-artesanais”, segundo Carlos Alberto Messeder Pereira, traduziam o “anti” (intelectualismo, tecnicismo, formalismo) em uma forma de gritar criticamente frente ao sufoco da repressão.
O objetivo do curso é, primeiramente, apresentar sucintamente o movimento literário do final da década de sessenta e começa da de setenta conhecido posteriormente como “poesia marginal”. Ainda pouco se sabe sobre essa manifestação poética brasileira que contribuiu significamente para levantar questões sobre modernização, arte, leitor, indústria cultural e a presentificação que tanto domina os poemas atuais.
Além disso, pretendemos, através de uma discussão sobre alguns poemas dos poetas marginais a serem escolhidos, estimular a criação e a participação dos inscritos para que elaborem poemas com características marginais. Desta forma, criaremos, editaremos e publicaremos um “fanzine marginal” feitos pelos participantes de forma totalmente alternativa, pois um mimeógrafo será o responsável pela criação desse fanzine, contribuindo assim para o incentivo da reflexão sobre poesia e seu alcance nos dias atuais. A distribuição será feitas pelos próprios participantes, especialmente no dia em que, se possível, um poeta marginal venha até o campus como convidado para um bate-papo sobre a poesia marginal da década de 70.
Realizadores do Curso sobre Poesia Marginal e Curadores da Exibição de Filmes Marginais: Patrícia Anzini da Costa e Breno Rodrigues de Paula
Patrícia é pós-graduanda no programa de Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara – UNESP/FCLar, bolsista CAPES. Está em processo com sua pesquisa que gira em torno dos ecos das conquistas do Tropicalismo na poética de um escritor da geração marginal, o Cacaso.
Graduado em Letras, Mestrando em Estudos Literários pelo Programa de Pós-graduação e responsável pelo CINE CAMPUS da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara-UNESP/FCL-AR.; escreve sobre cinema, literatura e áreas afins no blog Travessa Literária www.travessaliteraria.blogspot.com e em outras mídias. Desenvolve atividades na área de Linguagem, Comunicação e Artes.
Decretado o Ato Institucional n°5, em dezembro de 1968, o movimento tropical encontra-se com o seu fim e seus maiores representantes são exilados. É aí que começam a proliferar livros artesanais e mimeografados, com distribuições manuais feitas pelos próprios autores em portas de bares, cinemas, restaurantes. A poesia marginal entra em cena com a proposta de, grosso modo, resgatar aquele desejo de ação coletiva dos tropicalistas em que o questionamento e a ânsia pela discussão no novo exigem outro percurso para o labirinto da procura estética: os já citados livros mimeografados. Sem depender da chancela oficial do Estado para existirem, o que possibilita um certo “drible” na censura, principalmente ideológica, artistas como Chacal, Francisco Alvim, Charles, Cacaso, etc. geram uma movimentação artística à margem que foi responsável por abalar estruturas e romper com formas estéticas ultrapassadas, propondo alterar o quadro estagnado da produção cultural nrasileira de então. Aquelas “mercadorias romântico-artesanais”, segundo Carlos Alberto Messeder Pereira, traduziam o “anti” (intelectualismo, tecnicismo, formalismo) em uma forma de gritar criticamente frente ao sufoco da repressão.
O objetivo do curso é, primeiramente, apresentar sucintamente o movimento literário do final da década de sessenta e começa da de setenta conhecido posteriormente como “poesia marginal”. Ainda pouco se sabe sobre essa manifestação poética brasileira que contribuiu significamente para levantar questões sobre modernização, arte, leitor, indústria cultural e a presentificação que tanto domina os poemas atuais.
Além disso, pretendemos, através de uma discussão sobre alguns poemas dos poetas marginais a serem escolhidos, estimular a criação e a participação dos inscritos para que elaborem poemas com características marginais. Desta forma, criaremos, editaremos e publicaremos um “fanzine marginal” feitos pelos participantes de forma totalmente alternativa, pois um mimeógrafo será o responsável pela criação desse fanzine, contribuindo assim para o incentivo da reflexão sobre poesia e seu alcance nos dias atuais. A distribuição será feitas pelos próprios participantes, especialmente no dia em que, se possível, um poeta marginal venha até o campus como convidado para um bate-papo sobre a poesia marginal da década de 70.
Realizadores do Curso sobre Poesia Marginal e Curadores da Exibição de Filmes Marginais: Patrícia Anzini da Costa e Breno Rodrigues de Paula
Patrícia é pós-graduanda no programa de Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara – UNESP/FCLar, bolsista CAPES. Está em processo com sua pesquisa que gira em torno dos ecos das conquistas do Tropicalismo na poética de um escritor da geração marginal, o Cacaso.
Graduado em Letras, Mestrando em Estudos Literários pelo Programa de Pós-graduação e responsável pelo CINE CAMPUS da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara-UNESP/FCL-AR.; escreve sobre cinema, literatura e áreas afins no blog Travessa Literária www.travessaliteraria.blogspot.com e em outras mídias. Desenvolve atividades na área de Linguagem, Comunicação e Artes.
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