O Planeta dos Macacos e o Conflito Sapiens

0

Com a "Teoria da Evolução das Espécies", de Charles Darwin, tem-se que as espécies animais evoluíram e se multiplicaram, das mais simples para as mais complexas. No caso dos hominídeos, a evolução parte da evolução símia, tendo os chipanzés como parentes distantes. No filme O Planeta dos Macacos: a origem (Rise of the Planet of the Apes) há o conflito entre as famílias da mesma ordem: hominídeos versus primatas, ou seja, a gênese deste conflito.

O filme é dirigido por Rupert Wyatt e se insere dentro do universo da série clássica O Planeta dos Macacos, inspirado pela obra literária La planète des singes do escritor francês Pierre Boulle. O livro, publicado em 1963, deu origem a uma série de cinco filmes: o primeiro intitulado Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968); o segundo De volta ao Planeta dos Macacos (Beneath the Planet of the Apes, 1970); o terceiro Fuga do Planeta dos Macacos (Escape from the Planet of the Apes, 1971); o quarto A Conquista do Planeta dos Macacos (Conquest of the Planet of the Apes, 1972) e o quinto, e último, filme da série clássica é Batalha do Planeta dos Macacos (Battle for the Planet of the Apes, 1973), depois, em 2001, foi lançado o filme O Planeta dos Macacos, do cineasta Tim Burton, com uma releitura do universo da série.

Diferentemente do filme de Tim Burton, excluído de qualquer relação cronológica com a série, o filme O Planeta dos Macacos: a origem se insere dentro da cronologia dos cinco primeiro filmes da série. Ele é como se fosse a gênese do conflito entre homens e macacos, pois mostra como se iniciou a revolta símia e como adquiriram inteligência. O interessante que a inteligência é sempre caracterizada com a aquisição de uma linguagem, ou seja, de um sistema semiológico, pois o ponto máximo da emancipação símia é a capacidade da linguagem, é quando o chimpanzé César pronuncia a sua primeira palavra: “Não”. Com a linguagem vem a apreensão da realidade, com a apreensão vem a compreensão, no caso de César, de forma crítica e revoltosa.

O filme é bastante maniqueísta, o espectador toma partido na relação entre homo e símio, pois o uso de macacos como cobaias, os mal – tratos, o levam a validar a “revolta dos macacos”, e no conflito, a tomar partido símio. Pois, na busca da cura de doenças degenerativas cerebrais, como o mal de Alzheimer, o cientista Wiil (James Franco) desenvolve um vírus que regenera e multiplica os neurônios e a capacidade cerebral. No entanto, o teste em macacos, cria um efeito não esperado, a alta inteligência símia.

No início, havia as trevas, fez-se a luz a partir do verbo-, da palavra; no início era a submissão, veio a liberdade, a palavra “Não”. Com a rebelião, a revolução do macaco-, a ordem na evolução inicia a quebra, a mudança. O conflito se torna no âmbito do sapiens, entre o homo sapiens e o símio sapiens-, na origem da sapiência: conflito.


Trailer 

0 comentários: