François Truffaut (1932-1984) é, ao lado de Jean-Luc Godard (1930-), o cineasta mais expressivo da Nouvelle Vague Francesa. O seu filme “Os Incompreendidos” (Les 400 Coups, França) é considerado o marco da estética cinematográfica francesa mais importante da segunda metade do século XX. O filme foi lançado no Festival de Cannes de 1959, tendo recebido o prêmio máximo: a Palma de Ouro. Este prêmio representou o estabelecimento da Nouvelle Vague como uma corrente estética, abrindo as portas para uma grande quantidade de jovens cineastas e também críticos ligados à famosa revista de crítica cinematográfica Cahiers du Cinema (Cadernos de Cinema), tais como Alain Resnais (1922-), Eric Rohmer (1920-2010) e Claude Chabrol (1930-2010).
Para efeito de marco cronológico, a Nouvelle Vague Francesa surge em 1959, no Festival de Cannes com a premiação da Palma de Ouro para o filme “Os Incompreendidos”, de François Truffaut. Mas é em 1960 que ela se consolida e se configura com uma estética cinematográfica revolucionária com a realização do filme “Acossado” (À bout de souffle), de Jean-Luc Godard. A própria trajetória de Godard e Truffaut resume o que foi a estética cinematográfica da Nouvelle Vague Francesa. A “nova onda” surgiu a partir de jovens cineastas franceses que tinham uma formação cinéfila e crítica adquiridas na Cinemateca francesa e nas páginas da Cahiers du Cinéma. Eles passaram de uma atividade crítica para uma prática cinematográfica a partir de uma nova forma de produzir filmes e de conceber a linguagem cinematográfica.
No que tange a formação cinéfila e a critica dos cineastas da Nouvelle Vague, a cinemateca francesa fundada por Henri Langlois (1914-1977), em 1936, e a revista de crítica cinematográfica Cahiers du Cinéma fundada por André Bazin (1918-1958), em 1951, são de extrema importância. Na cinemateca, os jovens cineastas puderam ter contato com os filmes mais representativos e com os cineastas mais importantes da história do cinema. Nela, tiveram e consolidaram toda a sua formação cinéfila. A cinemateca francesa foi ainda um dos pivôs que desencadearam as manifestações de Maio de 68, pois o seu fundador e curador Henri Langlois havia sido demitido, o que originou manifestações públicas e de rua por parte dos freqüentadores e dos cineastas da Nouvelle Vague, que cancelaram o festival de Cannes de 68 em apoio às manifestações nas ruas do bairro Quartier Latin, em Paris.
A revista Cahiers du Cinéma foi o veículo de formação crítica dos cineastas. Ela foi fundada pelo crítico e estudioso André Bazin (1918-1958), que é considerado o “pai” da crítica cinematográfica. Ele desenvolveu um conjunto de conceitos e uma linguagem que caracterizava e formatava a então crítica nascente. Bazin é considerado o mentor teórico da Nouvelle Vague, todos os cineastas mais representativos, de François Truffaut a Jean-Luc Godard, passando por Eric Rohmer foram seus discípulos e colaboradores na revista, com artigos, resenhas e estudos críticos. A revista foi o embrião dos conceitos e das idéias colocadas em prática nos filmes. Bazin morreu no primeiro dia de filmagem de “Os Incompreendidos”, o filme é dedicado a ele.
Os cineastas da Nouvelle Vague acreditavam em uma linha evolutiva do Cinema e tinham total consciência dos elementos da linguagem cinematográfica. Salientavam que seus precursores eram cineastas como Jean Renoir (1894-1979), Orson Welles (1915-1985), Agnés Varda (1928), Roberto Rossellini (1906-1977), Alfred Hitchcook (1899-1980), Fritz Lang (1890-1976), todos estes cineastas possuíam e desenvolveram um estilo próprio, que os caracterizavam e os diferenciavam dos demais, através de uma maneira própria de utilizar o discurso cinematográfico. Estudando estes cineastas, François Truffaut publicou, em 1954, um importante artigo sobre a “política dos autores” (La politique des auteurs). A tese central do artigo afirmava que, mesmo sendo uma Arte coletiva, a obra cinematográfica poderia possuir um autor, assim como a figura do escritor na obra literária. O autor da obra cinematográfica seria o diretor, pois ele que seleciona e condiciona todos os elementos da linguagem cinematográfica.
Muito tem-se discutido se a Nouvelle Vague é uma estética cinematográfica ou não. Uma estética surge no momento em que ela ganha significação social a partir de um conjunto de normas e conceitos sobre a relação da Arte cinematográfica com a sociedade em um contexto histórico definido. Neste caso, a Nouvelle Vague seria sim uma estética cinematográfica. Pois, ela surge em um contexto histórico definido, tendo um conjunto de adeptos com a mesma formação cinéfila e crítica. A discussão do ser ou não ser surge porque há uma dissonância de estilo, não de qualidade, entre os cineastas da Nouvelle Vague, de modo que os filmes de Truffaut em nada se parecem com os de Godard, que destoam dos de Alain Resnais e de Eric Rohmer. Os únicos pontos em comum entre estes cineastas são a formação cinéfila e crítica, além dos elementos de negação do modelo de produção de filmes vigente até o final da década de 50, como também uma nova postura frente à Arte cinematográfica, feita de forma autoral.
A Nouvelle Vague Francesa representou uma nova forma revolucionária de fazer e de conceber o Cinema, seja nos aspectos formais quanto conteudísticos. Seus adeptos eram todos cinéfilos e críticos, cineastas com um excelente conhecimento da história do Cinema, bem como dos elementos de sua linguagem. Conheciam o ponto de ostracismo e inércia em que se encontrava o Cinema representado pela indústria cinematográfica hollywoodiana e, principalmente, o Cinema francês da década de 50, cheio de clichês e grandes produções. Como cinéfilos, queriam o desenvolvimento da linguagem cinematográfica, como críticos, vislumbravam uma nova forma de produzir filmes, mais simples e autoral.
Para efeito de marco cronológico, a Nouvelle Vague Francesa surge em 1959, no Festival de Cannes com a premiação da Palma de Ouro para o filme “Os Incompreendidos”, de François Truffaut. Mas é em 1960 que ela se consolida e se configura com uma estética cinematográfica revolucionária com a realização do filme “Acossado” (À bout de souffle), de Jean-Luc Godard. A própria trajetória de Godard e Truffaut resume o que foi a estética cinematográfica da Nouvelle Vague Francesa. A “nova onda” surgiu a partir de jovens cineastas franceses que tinham uma formação cinéfila e crítica adquiridas na Cinemateca francesa e nas páginas da Cahiers du Cinéma. Eles passaram de uma atividade crítica para uma prática cinematográfica a partir de uma nova forma de produzir filmes e de conceber a linguagem cinematográfica.
No que tange a formação cinéfila e a critica dos cineastas da Nouvelle Vague, a cinemateca francesa fundada por Henri Langlois (1914-1977), em 1936, e a revista de crítica cinematográfica Cahiers du Cinéma fundada por André Bazin (1918-1958), em 1951, são de extrema importância. Na cinemateca, os jovens cineastas puderam ter contato com os filmes mais representativos e com os cineastas mais importantes da história do cinema. Nela, tiveram e consolidaram toda a sua formação cinéfila. A cinemateca francesa foi ainda um dos pivôs que desencadearam as manifestações de Maio de 68, pois o seu fundador e curador Henri Langlois havia sido demitido, o que originou manifestações públicas e de rua por parte dos freqüentadores e dos cineastas da Nouvelle Vague, que cancelaram o festival de Cannes de 68 em apoio às manifestações nas ruas do bairro Quartier Latin, em Paris.
A revista Cahiers du Cinéma foi o veículo de formação crítica dos cineastas. Ela foi fundada pelo crítico e estudioso André Bazin (1918-1958), que é considerado o “pai” da crítica cinematográfica. Ele desenvolveu um conjunto de conceitos e uma linguagem que caracterizava e formatava a então crítica nascente. Bazin é considerado o mentor teórico da Nouvelle Vague, todos os cineastas mais representativos, de François Truffaut a Jean-Luc Godard, passando por Eric Rohmer foram seus discípulos e colaboradores na revista, com artigos, resenhas e estudos críticos. A revista foi o embrião dos conceitos e das idéias colocadas em prática nos filmes. Bazin morreu no primeiro dia de filmagem de “Os Incompreendidos”, o filme é dedicado a ele.
Os cineastas da Nouvelle Vague acreditavam em uma linha evolutiva do Cinema e tinham total consciência dos elementos da linguagem cinematográfica. Salientavam que seus precursores eram cineastas como Jean Renoir (1894-1979), Orson Welles (1915-1985), Agnés Varda (1928), Roberto Rossellini (1906-1977), Alfred Hitchcook (1899-1980), Fritz Lang (1890-1976), todos estes cineastas possuíam e desenvolveram um estilo próprio, que os caracterizavam e os diferenciavam dos demais, através de uma maneira própria de utilizar o discurso cinematográfico. Estudando estes cineastas, François Truffaut publicou, em 1954, um importante artigo sobre a “política dos autores” (La politique des auteurs). A tese central do artigo afirmava que, mesmo sendo uma Arte coletiva, a obra cinematográfica poderia possuir um autor, assim como a figura do escritor na obra literária. O autor da obra cinematográfica seria o diretor, pois ele que seleciona e condiciona todos os elementos da linguagem cinematográfica.
Muito tem-se discutido se a Nouvelle Vague é uma estética cinematográfica ou não. Uma estética surge no momento em que ela ganha significação social a partir de um conjunto de normas e conceitos sobre a relação da Arte cinematográfica com a sociedade em um contexto histórico definido. Neste caso, a Nouvelle Vague seria sim uma estética cinematográfica. Pois, ela surge em um contexto histórico definido, tendo um conjunto de adeptos com a mesma formação cinéfila e crítica. A discussão do ser ou não ser surge porque há uma dissonância de estilo, não de qualidade, entre os cineastas da Nouvelle Vague, de modo que os filmes de Truffaut em nada se parecem com os de Godard, que destoam dos de Alain Resnais e de Eric Rohmer. Os únicos pontos em comum entre estes cineastas são a formação cinéfila e crítica, além dos elementos de negação do modelo de produção de filmes vigente até o final da década de 50, como também uma nova postura frente à Arte cinematográfica, feita de forma autoral.
A Nouvelle Vague Francesa representou uma nova forma revolucionária de fazer e de conceber o Cinema, seja nos aspectos formais quanto conteudísticos. Seus adeptos eram todos cinéfilos e críticos, cineastas com um excelente conhecimento da história do Cinema, bem como dos elementos de sua linguagem. Conheciam o ponto de ostracismo e inércia em que se encontrava o Cinema representado pela indústria cinematográfica hollywoodiana e, principalmente, o Cinema francês da década de 50, cheio de clichês e grandes produções. Como cinéfilos, queriam o desenvolvimento da linguagem cinematográfica, como críticos, vislumbravam uma nova forma de produzir filmes, mais simples e autoral.
Para ver: Metrópolis (Fritz Lang, Alemanha, 1927)
Para ler: Hitchcock/Truffaut Entrevistas (Editora brasiliense, 1987)
Publicado: http://www.araraquara.com/to-ligado/geral/2012/02/03/o-cinema-da-nouvelle-vague-francesa.html
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