A Sessão Zoom é um projeto de cinema criado em 1978 por alunos da Faculdades de Ciências e Letras da UNESP. A história do projeto se relaciona com a da cidade de Araraquara (interior de São Paulo) e se mescla com o contexto histórico do Brasil, podendo ser dividida em três fases: uma fase de 1978 a 1999; a segunda fase entre 2003 a 2007; e a terceira fase de 2013 até a atualidade. Em cada fase, tem-se a relação com espaços de exibição (cinemas de rua, shoppings, praças, bibliotecas etc.) e formatos: 35mm e digital; e uma curadoria, dependendo do contexto histórico, que caminha entre a proposta de formação cinéfila e/ou a engajada politicamente e socialmente.
Há um precedente que dará início ao processo que consolidará o projeto que ficará conhecido na cidade como ‘Sessão Zoom”. No entanto, por falta de documentação, resta apenas a “memória afetiva” dos que viveram diretamente o período ou ouviram relatos de parentes ou conhecidos. A história do projeto pode remontar ao ano de 1961 quando Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara foi transferida para o centro de Araraquara, onde é hoje a Casa da Cultura. Atividades de exibição cinematográfica em 16mm são realizadas esporadicamente. No ano de 1968, as atividades se intensificam, sendo criada o “Zoom Cine Clube”, em 1970.
Em 1973, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara foi transferida para o bairro Campus Ville, localizado fora da regiãoc entral da cidade. Em 1976, era criada a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-Unesp. As atividades cineclubistas continuaram até o ano de 1977 no âmbito da universidade. Em 1978, tem-se a primeira fase da Sessão Zoom que adota o nome que possui até os dias de hoje, passando a dialogar com a população araraquarense ao exibir filmes em 35mm nos cinemas de rua, principalmente, Cine Capri e Cine Veneza na região central da cidade.
Entre 1978 a 1999, a Sessão se consolida como importante projeto de difusão cultural através do Cinema. Os filmes exibidos são predominantemente expressões artísticas dentro da linguagem cinematográfica. Neste período, o “Cinema de rua” cede espaço na sua programação para a exibição de filmes que não faziam parte do circuito comercial de cinema. O projeto foi um importante fomentador de cultural na cidade, ampliando a suas atividades para debates, palestras, objetivando uma difusão cultural e uma formação de público mais ampla, nãos se restringindo apenas à Unesp.
No ano 1999, as atividades da Sessão Zoom foram suspensas. Em 2002, um grupo de indivíduos ligados à Unesp, Sesc e Prefeitura de Araraquara se juntaram para organizar o “Ciclo do Novo Cinema Brasileiro” no espaço do antigo Cine Capri, alugado pela Prefeitura Municipal de Araraquara, denominado de “Espaço Cultural Paratodos”. Assim, a partir do sucesso do ciclo de cinema, a Sessão Zoom tem a sua segunda fase iniciada em 2003, indo até o ano de 2007. No final de 2006, o espaço cultural Paratodos é fechado e as sessões são transferidas para o Cine Lupo, no Shopping Lupo, permanecendo até o final de 2007, quando, novamente, por falta de espaço, é encerrada.
Em 2013, o coletivo “Colmeia Cultura” de Araraquara resolve reviver a Sessão Zoom a partir de leis de incentivos fiscais (Lei Rouanet). Com o projeto aprovado e orçamento captado, as atividades são iniciadas em setembro de 2013, indo até maio de 2014 com os recursos captados. Em setembro de 2014, o projeto firma uma parceria com o SESC Araraquara. A partir da terceira fase, o projeto buscou a exibição cinematográfica em novos espaços: praças públicas, teatros, centros culturais, etc. Sua atuação e divulgação é basicamente no meio virtual através de redes sociais, principalmente o facebook (www.facebook.com/sessaozoom).
Por fim, a Sessão Zoom passou por vários formatos: 35mm e digital, sendo exibida em diversos espaços da cidade. Em 2015, suas atividades se caracterizam por quatro exibições mensais: duas sessões semanais no Cine Lupo, com ingressos a R$2,00; uma sessão na praça das Bandeiras ao ar livre; e outra no teatro do SESC, sempre com filmes de qualidade. Atualmente, ela se consolida como importante projeto cultural de Araraquara, não apenas pela imensa riqueza histórica, mas também expressando as novas dinâmicas sociais com a sua organização para além de instituições, sendo baseada em livre organização e gestão a partir de indivíduos que têm a paixão pela sétima arte como elemento principal, além da centelha da cultura e da produção independente; mas, sempre de resistência.
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