Mostra Proibida 2! Filmes Censurados na Ditadura Militar

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A “MOSTRA PROÍBIDA 2!: FILMES CENSURADOS NA DITADURA MILITAR” exibirá quatro filmes, um de cada ano, de 1967 a 1970 com o intuito de ressaltar como os mesmos se contextualizam historicamente no período da Ditadura Militar e a relação deles com o órgão de censura do regime militar, principalmente após o AI5 (Ato Institucional Nº 5). Além das exibições, o evento terá início com um debate temático, com o curador Breno Rodrigues*, para contextualizar a Mostra, os filmes e o contexto histórico (político e econômico) do Brasil nos anos de 68 e 69 do século passado. A mostra é promovida pela Oficina Cultural Regional “Lélia Abramo” e ocorrerá dos dias 15 a 18 de dezembro, na Casa da Cultura de Araraquara das 15h00 as 18h00 e é gratuita.

Os quatro filmes da mostra inserem-se dentro da estética cinematográfica do “Cinema Novo”, alguns mais, outros menos. O primeiro filme será “Terra em Transe” de Glauber Rocha filmado em 1967. O segundo será “O Bandido da Luz Vermelha” de Rogério Sganzerla filmado em 1968. O terceiro será “Macaunaíma” de Joaquin Pedro Andrade filmado em 1969 e, por último, o quarto será “Como era gostoso o meu Francês” de Nelson pereira dos Santos rodado em 1970.

A mostra busca exibir alguns filmes que foram censurados nos anos de 67 a 70. Ela almejará fazer um resgate dos quarenta anos do AI5, ressaltando o impacto imediato do Ato para com o cinema Brasileiro. Além de tentar ressaltar a influência nefasta do Regime Militar sobre o cinema brasileiro que vinha no seu auge com o “Cinema Novo”, ao longo da década de 60 do século passado. O público poderá ter um contato com produção cinematográfica brasileira no período mais conturbado de sua história. Além das exibições, o evento terá início com um debate temático, com o curador, para contextualizar a Mostra, os filmes e o contexto histórico (político e econômico) do Brasil nos anos de 68 e 69 do século passado.

O Ato Institucional Nº 5, ou simplesmente AI5, que entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968, era o mais abrangente e autoritário de todos os outros atos institucionais. O ato instituiu uma censura nas artes, e principalmente no cinema, mais ferrenha, cerceando a liberdade de expressão e criação artística dos cineastas. Para demonstrar como funcionava o órgão de censura e a sua política para com o cinema serão expostos cópias de arquivos, como protocolos, relatórios, etc. retirados do sitio Memória Cine Br http://www.memoriacinebr.com.br, na qual o público poderá ver o parecer dos censores sobre os filmes.

Local: Casa da Cultura de Araraquara, Rua São Bento, 909, Centro
Data: de 15 a18 de Dezembro de 2008
Horário: 15h00

Inscrições Gratuitas no dia do evento

Contatos: breno9d@yahoo.com.br, Oficina Cultural: 3324-3946

Realização: Oficina Cultural Regional “Lélia Abramo”
Apoio: PET-Letras;
UNESP Araraquara;
Secretária de Cultura do Município de Araraquara;
Travessa Literária www.travessaliteraria.blogspot.com

* Breno Rodrigues é graduando em Letras e bolsista do PET-Letras na UNESP de Araraquara, é diretor e escreve sobre cinema e literatura no blog Travessa Literária.


Cronograma

15/12/2008 TERRA EM TRANSE
Título Original: Terra em Transe
Direção: Glauber Rocha
Roteiro: Glauber Rocha
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 115 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 1967
Estúdio:
Distribuição: Difilm
Produção: Zelito Viana
Música: Sérgio Ricardo
Fotografia: Dib Lufti
Direção de Arte: Paulo Gil Soares
Figurino: Paulo Gil Soares e Clóvis Bornay
Edição: Eduardo Escorel

O senador Porfírio Diaz (Paulo Autran) detesta seu povo e pretende tornar-se imperador de Eldorado, um país localizado na América do Sul. Porém existem diversos homens que querem este poder, que resolvem enfrentá-lo.Em abril de 1967 o filme foi proibido em todo território nacional, por ser considerado subversivo e irreverente com a Igreja. Depois foi liberado, com a condição de que se desse um nome ao padre interpetrado por Jofre Soares.

16/12/2008 O Bandido da Luz Vermelha

Título Original: O Bandido da Luz Vermelha
Direção: Rogério Sganzerla
Roteiro: Rogério Sganzerla
Gênero: Policial
Duração: 92 min.
Lançamento (Brasil): 1968
Distribuição: Urânio Filmes e Riofilmes
Produção: Urânio Filmes
Música: Rogério Sganzerla
Fotografia: Peter Overbeck
Desenho de Produção: Andréa Tonaci
Montagem: Sílvio Renoldi

Um assaltante misterioso usa técnicas extravagantes para roubar casas luxuosas de São Paulo. Apelidado pela imprensa de "O Bandido da Luz Vermelha", traz sempre uma lanterna vermelha e conversa longamente com suas vítimas. Debochado e cínico, este filme se transformou num dos marcos do cinema marginal.

17/12/2008 Macunaíma
Título Original: Macunaíma
Direção: Joaquim Pedro de Andrade
Roteiro: Joaquim Pedro de Andrade, baseado no livro homônimo de Mario de Andrade
Gênero: Coomédia
Duração: 108 min.
Lançamento (Brasil): 1969
Distribuição: Emabrafilmes

Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de negro (Grande Otelo) virou branco (Paulo José). Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva. Um compêndio de mitos, lendas e da alma do brasileiro, a partir do clássico romance de Mário de Andrade.

18/12/2008 Como era gostoso o meu Francês
Título Original: Como Era Gostoso O Meu Francês
Direção: Nélson Pereira dos Santos
Roteiro: Nelson Pereira dos Santos
Gênero: Aventura
Duração: 83 min.
Lançamento (Brasil): 1970
Distribuição: Condor Filmes e Riofilme
Direção: Nélson Pereira dos Santos
Roteiro: Nelson Pereira dos Santos
Produção: Nelson Pereira dos Santos, Luiz Carlos Barreto e Condor Filmes
Música: Zé Rodrix e Guilherme Magalhães Vaz
Fotografia: Dib Luft
Desenho de Produção: Régis Monteiro
Direção de Arte:
Figurino: Mara Chaves
Edição: Carlos Alberto Camuyrano
Pesquisa Etnográfica: Luis Carlos Ripper
Diálogos em tupi: Humberto Mauro

No Brasil de 1594, um aventureiro francês prisioneiro dos Tupinambás escapa da morte graças aos seus conhecimentos de artilharia. Segundo a cultura Tupinambás, é preciso devorar o inimigo para adquirir todos os seus poderes, no caso saber utilizar a pólvora e os canhões. Enquanto aguarda ser executado, o francês aprende os hábitos dos Tupinambás e se une a uma índia e através dela toma conhecimento de um tesouro enterrado e decide fugir. A índia se recusa a segui-lo e após a batalha com a tribo inimiga, o chefe Cunhambebe marca a data da execução: o ritual antropofágico será parte das comemorações pela vitória.

2 comentários:

Fragmentos disse...

olá!!! acho que a próxima mostra poderia ser composta por "Os Idiotas" do Lars Von Trier, aquela versão uncensured. que tal? eu tenho o filme, caso precise, só estou com um problema na legenda, ela está em italiano!!! rsssss... qualquer coisa é só entrar em contato!!!

Alex

Breno Rodrigues de Paula disse...

Alex,
no segundo to preparando um curso sobre estéticas cienmatógraficas e uma delas será o DOGMA 95 ai pretendo passar OS IDIOTAS..