


Selton Mello é melhor diretor do que ator, acusado de sempre se interpretar, ele é repleto de limitações dramáticas, basta vermos os filmes “O cheiro do ralo” (Brasil, 2007), dirigido por Heitor Dhalia; e “Meu nome não é Johnny” (Brasil, 2008). Como diretor conseguiu fazer duas proezas: a primeira, fazer um filme simples, com poucos erros e algumas complicações. Mesmo recorrendo a alguns clichês cinematográficos, nota-se certa influência do diretor Luiz Fernando Carvalho, com que trabalhou no filme “Lavoura arcaica” (Brasil, 2001). A segunda proeza foi fazer com que a sua atuação fosse destoante, pois não interpretou-se de forma explícita, o que já é um êxito.
Destaca-se a direção de arte, mesmo com algumas falhas, a pior delas foi colocarem a bandeira do São Paulo Futebol Clube em cima da mesa do delegado, mesmo com a imagem desfocada dava para notar as duas estrelas amarelas e duas vermelhas, representando, respectivamente, as duas medalhas de ouro conquistadas por Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo nas olimpíadas de 1952, em Helsinki (Finlândia); e de 1956, em Melbourne (Austrália) e pelos bi-campeonatos mundiais de clubes, em 1992 e 1993, respectivamente. De modo que a história se passa antes da década de 1990, assim a bandeira não poderia ter as duas estrelas vermelhas, pois isso seria um anacronismo.
Para a sonoplastia há um duplo movimento: erros e acertos. O ponto positivo foi a composição da trilha sonora com a mescla de música circense, com a eletrônica e o rock, além de uma provável influência do Yann Tiersen, que compôs, entre outras, a trilha sonora dos filmes “O fabuloso destino de Amélie Poulain” (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, França, 2001), dirigido por Jean-Pierre Jeunet; e “Adeus, Lênin” (Good Bye, Lenin!, Alemanha, 2003), dirigido por Wolfgang Becker. Mas, há algumas falhas na captação e no tratamento do áudio, principalmente em alguns diálogos e sons externos.
O filme “O palhaço” têm seus méritos: divertido, agradável e simples-, nada excepcional. O tema da melancolia do cômico é recorrente dentro da narrativa de diversos outros filmes como, por exemplo, “Os Palhaços” (I clowns, 1970) do diretor italiano Federico Fellini. O tema da melancolia associado com o da busca de identidade se mostra uma relação simples e emotiva, com uma fácil e direta identificação e empatia por parte do espectador. No filme, há a volta do filho pródigo, a busca por uma identidade e a passagem do caos para a harmonia. Mas, o mais agradável é o sotaque mineiro das personagens e as paisagens das Gerais. Pois, nas estradas pedrosas de Minas, a máquina do mundo pode se entreabrir circunspecta.
Para ver: Meu tio (Direção de Jacques Tati, França, 1958)
Para ler: Imagens e sons :a nova cultura oral (Milton José de Almeida, Editora Cortez, 1994)
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2 comentários:
A bandeira citada não é dos anos 90 que eram duas estrelas amarelas nas pontas representando os mundiais de 92 e 93 e duas estrelas vermelhas entre as amarelas representando as do quintas do JOÃO do pulo nas olímpicas e sim a bandeira atual do spfc que São com cinco estrelas as 2 amarelas que agora representam as conquistas do JOÃO do pulo e as três velhas que representam os mundias de 93 94 e 2005
Aconteceu uma gafe na cena em que eles vão parar na delegacia,tinha uma bandeira do SPFC com as 3 estrelas vermelhas e o tempo que se passa o filme o tricolor ainda nao tinha conquistado os 3 mundiais!!!!
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