Cine Campus: Maio de 68

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Batman: o Cavaleiro em trevas com a Sétima Arte

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No seu célebre livro de história “A Era dos extremos”, Eric Hobsbawm coloca Batman como um dos maiores ícones da cultura de massas do século XX. Batman foi criado por Bob Kane para a revista Action Comics em 1939. Em pouco tempo, tornou-se um dos principais
e mais populares personagens do gênero. Na Nona Arte, ao longo de quase setenta anos, os melhores escritores e desenhistas fizeram excelentes revistas, ajudando a elevar as historias em quadrinhos ao patamar de Arte, como Dennis’O Neil, Neil Adams, Frank Miller, Allan Moore, Brian Bolland. No entanto, na Sétima Arte, Batman nunca teve muita sorte. Seus filmes sempre foram medíocres, desde os seriados da década de sessenta com Adam West, até aos filmes de Tim Burton e Joel Schumacher na década de noventa, passando pelos dois filmes de Christopher Nolan, o primeiro BATMAN BEGINS (2005) e, o último, BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS.

O lançamento de Batman: o Bavaleiro das Trevas esteve em volto de uma grande expectativa. No primeiro filme, Nolan havia feito um filme coeso, simples e introdutório ao rico universo do Batman. Foram mostrados as motivações, as relações e as características psicológicas do próprio Batman, como também de alguns outros personagens como O Espantalho, Rãs Al Guhl, Gordon, Harvey Dent, etc. Vê-se um Batman em formação, no seu “Ano Um”.

A expectativa era grande: o grande vilão seria o coringa, maior antagonista do Batman. O ator que o interpretou (Heath Ledger), havia morrido de overdose pouco tempo depois da conclusão das filmagens. O que ajudou a aumentar a expectativa em torno do filme. Ledger, em algumas entrevistas, dizia que, para compor o personagem, havia se inspirado no baixista do Sex Pistols Sid Vicius e em Malcolm McDowell na interpretação de Alex, no genial filme Laranja Mecânica (1973), de Stanley Kubrick. O Coringa seria, então, uma síntese entre Vicius e Alex, com o aspecto físico do primeiro e o psicológico do segundo.

No que tange à estrutura do filme, ela é simples e segue os modelos e ditames do gênero hollywoodiano de ação. Há movimentos de câmeras e cortes rápidos, há ainda três picos de ação (Plot Point) com cenas de perseguição, de luta e, é claro, de explosões. Destaque ainda para a cena inicial de assalto à banco, onde temos meio que uma “quadrilha” drummoniana de assaltantes: o Assaltante A mata o Assaltante B, que havia matado o Assaltante C, que matara o Assaltante D, que matou o Assaltante A e que foi morto pelo Coringa. Mas o filme resume-se à caça de Batman ao Coringa, com algumas outras micronarrativas, como a gênese do Duas – Caras e a busca por um mafioso chinês em Hong Kong.

Por ser um filme de ação hollywoodiano, alguns aspectos formais cinematográficos do gênero são recorrentes, principalmente no que tange à angulação e aos planos, aos cortes, aos movimentos de câmeras, além da música extradiegética. Nas cenas de ação, os cortes são rápidos, uma das principais características deste gênero, os ângulos são os mais variados possíveis. Há ainda uma excessiva movimentação de câmera. A música guia e dita o ritmo do filme, além de controlar a recepção e as sensações do espectador. Chega-se a um ponto em que o efeito de expectativa é mais fortemente originado pela música do que pelos elementos fílmicos da narrativa diegética cinematográfica.

O filme se perde ainda no plano do conteúdo. Batman é um justiceiro que age à margem das instituições da lei, mas com o apoio delas (Delegacia, Promotoria, etc). Tem-se um homem que se veste de morcego e combate ao crime numa cidade caótica. Alias, o filme trata justamente da tentativa de se passar uma ordem de caos para uma ordem harmoniosa. Mas, como diz o Coringa: “Quanto mais Batman tenta ordenar o caos, mais ele é criado”.

O caos não deve ser compreendido como sendo criado unicamente pelo Coringa. Batman e o Coringa seria aquilo que a psicologia denomina de “Duplo”. A existência de um está condicionada pela do outro. Eles possuem as mesmas motivações. Ambos são, como diria Arkhan num célebre Gibi, "loucos". Só que Batman possui uma ética de estado, oriunda de uma moral, enquanto que o Coringa é um niilista. Sua ética se constrói no ato da ação. Ele não se interessa pelo dinheiro. Quer apenas demonstrar as suas teorias sociológicas de motivações de tipos psicológicos.

Talvez, o ponto mais interessante do filme seja justamente as teorias “coringuianas”. Ele desenvolve uma teoria das máscaras, quase no sentido junguiano, e o porquê do Batman usar máscara. Se bem que, o certo seria dizer que Batman veste a máscara de Bruce Wayne. O mais interessante são suas pretenças teorias sociológicas. Ele desenvolve uma teoria para se passar da ordem ao caos: basta tirar os planos e a rotina da sociedade. Ou seja, ela não sabe improvisar, não sabe ser “jazzistica”. Ela se sustenta a partir de planos, de estruturas estáticas e pré-concebidas. Remova estas estruturas ou reorganize-as-, eis que surge o caos tão almejado pelo Coringa.

Em quase duas horas e meia de filme, pode-se ver um exemplo claro de filme hollywoodiano: explosões sem sentido, uma narrativa simples, além da passividade do espectador. Não é necessário o diálogo entre a obra e o espectador, que não precisa atribuir significados aos elementos fílmicos. Como uma obra da Sétima Arte, Batman: o Cavaleiro das Trevas é medíocre. Mas como elemento de entretenimento é aprazível, principalmente quando faz referencias implícitas ao universo das Histórias em Quadrinhos. Único ponto em que há o diálogo entre o filme e o espectador. Mas só com leitores do gênero. Batman continua mesmo sem sorte no cinema. Mas com excelentes histórias em quadrinhos. Compensa ler a revista Batman: O Cavaleiro das Trevas (1988) de Frank Miller, do que ver o filme de Nolan.

Ficha TécnicaTítulo Original: The Dark Knight
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Jonathan Nolan e Christopher Nolan, baseado em estória de Christopher Nolan e David S. Goyer e nos personagens criados por Bob Kane
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 142 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: http://thedarkknight.warnerbros.com
Hot Site: www.adorocinema.com.br/hotsites/batman
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Legendary Pictures / DC Comics / Syncopy
Distribuição: Warner Bros.
Produção: Christopher Nolan, Charles Roven e Emma Thomas
Música: James Newton Howard e Hans Zimmer
Fotografia: Wally Pfister
Desenho de Produção: Nathan Crowley
Direção de Arte: Mark Bartholomew, James Hambidge, Kevin Kavanaugh, Simon Lamont, Naaman Marshall e Steven Lawrence
Figurino: Lindy Hemming
Edição: Lee Smith
Efeitos Especiais: Double Negative / BUF / Gentle Giant Studos / New Deal Studios
Elenco
Christian Bale (Bruce Wayne / Batman)
Michael Caine (Alfred Pennyworth)Heath Ledger (Coringa)Gary Oldman (Tenente James Gordon)Aaron Eckhart (Harvey Dent / Duas-Caras)
Maggie Gyllenhall (Rachel Dawes)
Morgan Freeman (Lucius Fox)
Eric Roberts (Salvarote Maroni)
Cillian Murphy (Dr. Jonathan Crane / Espantalho)
Anthony Michael Hall (Mike Engel)
Monique Curnen (Detetive Ramirez)Nestor Carbonell (Prefeito)
Joshua Harto (Reese)
Colin McFarlane (Comissário Gillian B. Loeb)Melinda McCraw (Barbara Gordon)Nathan Gamble (James Gordon Jr.)Michael Jai White (Jogador)

Inumanarte

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Muitos pensadores se debruçaram na árdua tentativa de definição do amor, escrevendo rios de tinta sobre folhas, outrora, brancas e, hoje, turvas. Camões tentou defini-lo como um substantivo, adjetivando-o antinomicamente: “Amor é fogo que arde sem se ver;/É ferida que dói e não se sente;/É um contentamento descontente;/É dor que desatina sem doer;”. Para Drummond, ele é um verbo que se conjuga, impreterivelmente, no presente do indicativo: “O mundo é grande e cabe/nesta janela sobre o mar./O mar é grande e cabe/na cama e no colchão de amar./O amor é grande e cabe/no breve espaço de beijar”. Em ambos os poetas, o homem ama e substantivo e o verbo, sem discriminar a parte do todo ou vice-versa. Mas ele tem dois amores que só podem ser amados em um todo e em uma parte: a humanidade e a arte.

O humano é demasiado humano. Parte singular e componente essencial de um conjunto homogêneo composto por elementos heterogêneos e contraditórios. Moebius desenha que o “homem é bom”, mas ele nem serve de alimento para vermes extraterrestres. O homem é mau, senão fosse a humanidade, de nada o valeria. Como homem é desprezível, capaz de atos dicotômicos extremos que envergam o eixo x, transformando-o, primeiro, num arco, depois num circulo fechado, onde um ponto mais distante de um outro ponto é quando um está o mais próximo possível do outro. Nada do que é humano, é alheio à humanidade. Apassivadora, amam-na pelo aquilo que ela é-, não por aquilo que representa. A ordem primeira é inacessível-, o verbo é intransitivo. As contradições do ser impedem a transitividade. Pode-se apenas colocá-lo na voz passiva sintética, elidindo o sujeito, ressaltando o significado-, desprezando o objeto.

Enquanto olham para cima, tentando se elevarem, a arte mira para baixo. Vendo aquilo o que ela pode ser-, mas foi, agora não o é. É suprema. Oráculo. Está sobre o Aleph, constituindo a estrutura da máquina do mundo: circunspecta-, etérea. Sem verdades ou mentiras, com todas as possibilidades condensadas numa escala inversa ao infinito da forma-, em paralelo com o conteúdo. Única pedra filosofal, elixir da longa vida, não da eternidade-, da transsubstanciação. No grande meio-dia-, da grande meia-noite: dos dois regimes. Do mito, o verbo transforma. Há os três desejos: engenho, arte-, perenidade. A fiel criação, amada pelo criador. Adorada, julgadora-, juízos: de fato o valor, da lira-, da perspectiva-, dos coros. A chave do interesse da pergunta, morta no ladrilho já sereno. Nas dores fingidas-, as respostas de José, sempre Karamazov.

A novela por todos os anos da comedia humana. O paraíso reencontrado sobre os rios que vão-, está a terceira margem. O homem se afogou entre as duas, fez-se a luz-, entre a nona e décima, sonatas de morango silvestres. Nos jogos da mente, integra o todo. Em todos os dias do eterno retorno, um novo-, caso do vestido, do transvestido-, do invertido-dividido. Muitas humanidades-, uma arte.

3º Araraquara Punk

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“Quero um festa punkkkkkk”. Ocorrerá no próximo dia 17 de agosto (domingo) a terceira edição do Araraquara Punk no Rock Bar CAIBAR a partir das 14h00. O evento contará com a participação de nove bandas de Araraquara e da região como “Divida externa”, de Paulínia; “Restos de ontem”, de Araraquara; “Devil’s call”, de São José do Rio preto; “Funeral”, de Araraquara; “Psiculturas”, de Votoratim; “Atestado de Revolta”, de Araçatuba; “Hippes Not Dead”, de São Carlos; “Toxsina”, de Araraquara e, por último, a banda “Psycho Monsters (Mephisto’s Cover)”, de Araraquara. A entrada custará R$02,00. O Caibar fica na Rua Carlos Gomes, 2994 (próxima à avenida 36) no centro de Araraquara. Contato: (16) 3335-4517

Uma boa oportunidade de se ver e ouvir o bom, o velho e o atual punk. O evento retoma a tradição de Araraquara em organizar shows punks, como ocorria com o famoso “ROCK DO BAFO”, que por muitos anos trouxe diversas bandas para tocarem na cidade. Destaque ainda para a famosa banda do interior de São Paulo FUNERAL e para o Mephisto’s Cover. Como diz a letra da música dos REPLICANTES: “Quero uma festa punk” e quem quiser uma festa punk, o 3 º Araraquara Punk é uma boa.

Cine Campus: Blow Up

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Cultural Games

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O formato do Cultural Games é muito interessante: equipes disputam um jogo de perguntas e respostas com temáticas culturais. Os temas variam de cinema, literatura, artes visuais, história, à geografia, atualidades, dependendo da proposta do local realizador do jogo. Para a equipe vencedora há sempre uma premiação. Toda a última quinta-feira do mês é realizado o “Cultural Games” da Casa da Cultura, no Teatro “Wallace Leal Valentim Rodrigues” às 19h30. O evento é promovido e organizado pelo MIS (Museu da Imagem e do Som “Maestro José Tescari”) e é apresentado por Luis Augusto Zakaib, com o apoio da AAPA (Associação Araraquarense de Proteção aos Animais), que é responsável pela venda de bebidas e salgados.
As regras do Cultural Games da Casa da Cultura são simples: vence a equipe que primeiro chegar a pontuação de quatorze perguntas respondidas. Cada pergunta é direcionada para todas as equipes, que devem respondê-las, após quinze segundos, em um quadro. A equipe, ou equipes, que acertarem a resposta recebe um ponto. Há um grande quadro com os nomes da equipes, que são sempre originais e criativos, e com a pontuação. Ainda há uma grande rivalidade entre algumas, o que torna o jogo mais disputado, além de divertido e engraçado, quando ocorrem calorosas e amigáveis discussões entre as equipes.

Cada equipe deve ter, no máximo, seis membros. A premiação é composta por um kit montado pelo MIS, contendo livros de literatura, de música, além de camisetas e CDs. Ocorrem, em média, de três a quatro rodadas por edição. Há ainda um rank com a pontuação obtida pelas equipes ao longo dos meses, o que aumenta ainda mais a competitividade entre elas. A primeira equipe recebe dez pontos; a segunda recebe quatro pontos e a terceira recebe um ponto.

Na última quinta-feira, ocorreu mais uma edição do Cultural Games na Casa da Cultura, com a participação de seis equipes: Liga; Bad Cow; Cold; Charles Bronson; Klint; Kamikazi. Ocorreram três rodadas. Na primeira rodada, a “Liga Extraordinária” e a Charles Bronson empataram na primeira colocação, a segunda rodada foi vencida pela Charles Bronson e a terceira rodada vencida pela Liga. Aliás, estas duas equipes centram-se na disputa a cada rodada e a cada edição, deixando as outras equipes pra trás.

Os participantes compõem um grupo heterogêneo, desde profissionais liberais a estudantes secundaristas e universitários, passando por profissionais de diversas áreas. A faixa etária também varia muito. Esta heterogeneidade é um dos pontos positivos do Cultural Games, pois colocam em contato pessoas de idades e formações diferentes em torno de um jogo divertido e instrutivo.

Ao final de mais de duas horas de jogo e após três rodadas, é impossível não se envolver na disputa. As perguntas são sempre inteligentes e variadas, o que obriga cada equipe a ter “especialistas em determinados assuntos”. O Cultural Games já possui participantes fieis que não perdem nenhum edição do jogo. Ele é uma boa oportunidade de diversão e de testar os conhecimentos dos participantes, além de ser uma excelente oportunidade de aprendizagem, pois até no erro pode-se aprender. No acerto, pode-se ganhar diversos prêmios.

Projeto “Cinema em Série”

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Araraquara é uma cidade privilegiada e um ótimo recanto para os apreciadores da Sétima Arte. Há vários projetos, em várias partes da cidade, que exibem filmes gratuitamente, como o projeto “Ciclo de filmes”, no SESC; a “Sessão Zoom; Cine Campus; “Mostra de Cinema”, no SESI e o mais novo projeto: “Cinema em Série”. O projeto ocorre mensalmente, desde março de 2008, na Casa da Cultura “ Luiz Antônio Martinez Correia” com a exibição de um filme por semana, sempre às segundas-feiras às 20h, na Sala Jean-Paul Sartre, com entrada gratuita.

Mensalmente são escolhidos quatro filmes dentro de uma temática específica. A curadoria fica por conta de Elias Martins Araújo. Ele ressalta que o objetivo do projeto é divulgar filmes que estão fora do “eixo comercial” e que, portanto, não se encontram facilmente em vídeo locadoras. Além do mais, em algumas temáticas são convidados especialistas na área para que debatam e apresentem as características do filme e do ciclo em questão.

Neste mês, a temática do projeto será a de “Diretores Araraquarenses”. Serão exibidas produções que foram realizadas em Araraquara ou de diretores da cidade. Participarão diretores como Rubens Miranda, Paulo Delline, Beletti, quase todos produzidos pela “Casa do Saci”. Após as sessões, ocorrerá um debate com o diretores dos respectivos filmes. O público terá uma boa oportunidade para dialogar com os realizadores e produtores araraquarenses.

A escolha do tema deste mês ressalta a grande quantidade de filmes produzidos e dirigidos por pessoas ligadas à cidade de Araraquara. A cidade se mostra, desta forma, não só como uma grande divulgadora da Sétima Arte, mas também como um excelente pólo realizador, produzindo filmes de boa qualidade, sejam Curtas, Médias ou Documentários.


Programações do projeto:
Março: Irmãos Marx
Abril: Mel Brooks
Maio: Terror
Junho: Expressionismo
Julho: Mazzaropi
Agosto: Diretores Araraquarenses
Casa da Cultura "Luiz Antonio Martinez Corrêa"
End.:
Rua São Bento, 909Bairro: CentroCidade: AraraquaraFone: (16) 3322-7390 / (16) 3301-5179