Occupy Love: Um Documentário Sobre Ocupações

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O distanciamento para a análise do processo histórico é fundamental para a maior compreensão dos fatos, movimentos e contradições sociais. As manifestações sociais, que eclodiram nos últimos três anos no Oriente Médio, Egito, Turquia, na Espanha; e o Occupy Wall Street, além das que ocorreram no Brasil em junho de 2013, foram uma reação contra as contradições da sociedade capitalista e o vazio da vida pós-moderna. O documentário Occupy Love (EUA, 2012), do diretor canadense Velcrow Ripper (1963-), mostra as motivações de grandes movimentos sociais e suas manifestações em diversos países, tentando compreender o que as estimulou, destacando que pequenas revoltas geraram grandes manifestações e diversas ocupações, tentando achar “histórias de amor”. 

O documentário mostra as revoltas no Oriente Médio que ficaram conhecidas como “Primavera árabe”, em 2010, focando nas que ocorreram no Egito com a tentativa de depor o ditador Hosni Mubarak. A gênese das manifestações na região ocorreu quando o tunisiano, Mohamed Bouazizi, ateou fogo ao próprio corpo como forma de manifestação contra as suas condições sociais. A faísca foi centelha de revolta que se espalhou e chegou à Praça Tahrir na capital do Egito, Cairo. A praça foi ocupada pela população como uma forma de manifestação contra o regime autoritário. Logo, a praça virou um símbolo da luta e resistência. Em pouco tempo, as manifestações se espalharam para outros países como Líbia, Sudão, Iêmen, Argélia, Jordânia. 

Em seguida, as manifestações chegaram à Europa, principalmente em países que mais sofreram devido à crise do sistema capitalista, tais como Grécia e Espanha. As manifestações na Europa ficaram conhecidas como “Verão europeu”, ganhando destaque nas duas principais cidades espanholas: a capital Madrid e Barcelona. O movimento espanhol foi denominado de “15 de maio” e ocupou a principal praça de Madrid conhecida como “Porta do Sol” e, assim como a Praça Tarir, foi o centro das manifestações, protestos e das principais discussões acerca da situação social dos espanhóis. O documentário mostra manifestantes e as suas táticas, como as do Teatro do oprimido, as assembleias populares e a ocupação da praça. As imagens da ocupação se mesclam com depoimentos dos manifestantes. 

No outono, as manifestações chegaram aos Estados Unidos e ganhou força com o movimento Occupy Wall Street, com a ocupação do Zuccotti Park no distrito financeiro de Manhattan, na cidade de Nova York. Os manifestantes ocuparam a praça como uma forma de protestar contra as contradições econômicas do sistema capitalista e os imperativos da ideologia neoliberal de controle das políticas do estado, que beneficia apenas as grandes corporações, por isso o famoso slogan “We are the 99%” ("Nós somos os 99%") que alude ao fato de apenas 1% da população controlar 40% das riquezas, destacando, assim, a grande desigualdade social. O documentário mostra os dias de ocupação que se inciaram no outono e a sua duração durante o rigoroso inverno, tentando compreender as motivações, não só sociais, mas também afetivas que fizeram com que indivíduos ocupassem uma praça e criassem uma zona autônoma temporária (TAZ). 

Além das imagens e depoimentos de manifestantes que participaram dos principais movimentos e ocupações ao redor do mundo, Occupy Love destaca ainda outras manifestações periféricas sobre mudança climática, como as que ocorreram no Canadá contra a exploração e a degradação das areias betuminosas, no qual a devastação de um enorme área causa um imenso impacto ambiental. Há a imagem de manifestante, principalmente indígenas, lutando contra a devastação. O discurso contra a destruição da natureza e as mudanças climáticas ganha ainda destaque com imagens sobre uma convenção de ambientalistas ocorrida na cidade de La Paz, Bolívia. 

O documentário Occupy Love foi lançado no final de 2012 e, portanto, não trata das manifestações que ocorreram no Brasil em junho de 2013. No entanto, ele mostra como elas ocorreram em outros países, o que se pode aproximar com o contexto brasileiro. O cenário de insatisfação, apatia, subitamente foi substituído por grandes manifestações sociais, expondo as revoltas contra as contradições sociais. Assim como na Tunísia, as manifestações no Brasil ocorreram por uma pequena fagulha de revolta, com o aumento dos R$0,20 na tarifa de ônibus na cidade de São Paulo até transformarem em grandes manifestações em todo território nacional. 

Em Occupy Love, Velcrow Ripper tenta mostrar as motivações de grandes movimentos no Cairo, Tunísia, Nova Iorque, Canadá, tentando achar histórias de amor em meio às manifestações. Mas, a resposta vem com a tatuagem de um manifestante canadense indígena: “O amor é o movimento”. No caso a motivação e o combustível dos manifestantes. Pois, como diz o criador da somaterapia Roberto Freire: “sem tesão e amor não há solução, tesudos de todo o mundo uni-vos”. Para Ripper, pequenas revoltas geram grandes manifestações, destacando termos como ação direta, assembleias populares, horizontalismo, compartilhamento e colaborativo. Nota-se que as ocupações vem depois das manifestações, sendo uma forma de manifestação que cria uma TAZ (Zona Autônoma Temporária), com novos modelos de organização e que afronta, mesmo que simbolicamente e temporariamente, os modelos de relações da sociedade capitalista.

Trailer


Legenda do filme Occupy Love: http://www.4shared.com/file/aZVKy2GDce/Occupy_love.html


Sessão Zoom exibe "Um Evento Feliz"

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Occupy Love

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Trailer do documentário:


Legenda do filme Occupy Love: http://www.4shared.com/file/aZVKy2GDce/Occupy_love.html


Sessão Zoom: Exibição do filme Elena

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