Cartazes de shows, que deveria ter ido...

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por Breno Rodrigues de Paula
A banda estadunidense THE VELVET UNDERGROUND é, ao lado dos Beatles e de Bob Dylan, uma das principais influências da Música Serial Pop da segunda metade do século XX. A banda foi formada em 1965 por Lou Reed (vocal e guitarra), John Cale (guitarra e piano), Sterling Morrison (contra-baixo e guitarra) e Maureen Tucker (bateria), e logo foi "apadrinhada" pelo Artista-vanguardista Andy Warhol, que incorporou a atriz alemã Nico (Christa Päffgen) aos vocais da banda em 1966.
Neste show em 1966, na cidade de Chicago, marca o início das apresentações com Nico, já incorporada a banda. A atriz havia participado do filme La Dolce Vita (Itália, 1960) do cineasta italiano Federico Fellini, e figurava como uma artista de destaque no meio underground novaiorquino. No repertório foram executas músicas que estariam no famoso álbum "THE VELVET UNDERGROUND AND NICO", tais como "HEROIN", uma composição junk de Lou Reed; "FEMME FATALLE", com um vocal sedutor de Nico; a vanguardista "VENUS IN FURS"; como também "ALL TOMORROW'S PARTIES"; "RUN RUN RUN ".
Nico seria expulsa da banda em 1968, logo após Lou Reed ter demitido Warhol. Ela gravaria apenas um álbum THE VELVET UNDERGROUND AND NICO. Em seguida, o VU lançaria ainda mais quatro albuns WHITE LIGHT/WHITE HEAT (1968); THE VELVET UNDERGROUND (1969); LOADED (1970) e SQUEEZE (1973). O VU é uma referência e uma influência direta para vários gêneros que surgiram nos anos seguintes, como o Punk, o New Wave, o Gótico, o Indie, o Underground, dentre outros. Uma banda que contribuiu para o estatus de arte do rock.

20 Anos de "Os Simpsons"

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Lembro-me de ter visto um episódio dos Simpsons pela primeira vez em 1994, quando era exibido pela Rede Globo aos domingos. Provavelmente, se não me falha a memória e com a ajuda do box da quarta temporada-, era o episódio quatro “Lisa, a rainha da beleza”, no qual ela é eleita a “Miss Springfield”. A filha mais velha da família Simpsons havia ficado em segundo lugar no concurso, mas a vencedora morrera. É obrigada, ao assumir o seu posto de Miss, a participar de diversos comerciais de televisão contraditórios, como o de promoção de marcas de cigarros e de bebidas. Muito antes da crítica na linha do filme “Pequena Miss Sunshine” (EUA, 2006) ao universo de concursos de beleza mirins, este episódio faz uma crítica contundente a precoce transformação de crianças em adultos.

Ao longo das vinte temporadas, alguns episódios foram polêmicos-, trataram temas políticos e sociais de forma irreverente, o que causou a ira de diversos governantes-, dentre eles o do então presidente dos Estados Unidos George Bush (Pai), que “conclamou aos americanos um boicote a série”, por ser, segundo ele, “um insulto ao cidadão americano”-, se bem que a relação entre a família Simpsons e o “americano médio” é verossímil.

Outra polêmica se deu no décimo episódio da 13ª Temporada (2001-2002), no qual a família Simpsons visita o Brasil. O país é retratado de forma estereotipada, com macacos correndo pelas ruas do Rio de Janeiro e a Floresta Amazônica estando após o Morro do Corcovado. O episódio foi bastante criticado pelos nacionalistas-patrióticos, pois alegavam que deturpavam a imagem do Brasil. Mas em se tratando do “estadunidense médio”, essa é a visão imagética que possuem do país: falantes de espanhol, malandros latinos da Lapa, sambistas e pessoas que pensam com os pés (jogadores de futebol).

A polêmica e a crítica aos valores estadunidenses sempre foram elementos tratados no universo dos Simpsons. O interessante que o desenho a faz de forma peculiar, não perdoando seus cidadãos-, como também não deixando de fora as sociedades e culturas que gravitam em torna dela. Com o universo de Springfield, tem-se uma crítica contundente aos valores modernos promulgados, muitas vezes por armas em guerra-, pela sociedade estadunidense. Mesmo após vinte temporadas, cada uma se mostra fiel ao seu contexto de origem e atual no seu contexto anacrônico: podemos ver os episódios da Terceira Temporada (1991 - 1992), com as referências explicitas e implícitas ao seu contexto histórico e social, mas também atualizada-, assim como o presidente pai, o presidente filho também invadiu paises.

No entanto, o episódio que mais me agradou foi da sétima temporada (1995-1996) intitulado “Lisa vegetariana” que conta com a participação de Paul e Linda MacCartney. Macca tenta apoiar Lisa na decisão de ser vegetariana. Além da participação do ex Beatles; outras bandas como Sonic Youth, Smashing Pumpkins, White Stripes, Rolling Stones, The Who, e, até mesmo, Ringo Star (o Beatles predileto de Marge), participaram de episódios memoráveis. A série Os Simpsons possui uma qualidade inegável que transcorre pelos seus vinte anos de existência: Vida longa à Odisséia de Homer.

“Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane”: Nostálgica Liverpool.

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Vários poetas compõem versos sobre as suas cidades: Baudelaire escreve sobre a sua Paris no seu “Tableaux Parisiens”; Rimbaud nos fala sobre as “Cidades Imaginárias”, ou “Le Ville Imaginaire”; Carlos Drummond de Andrade relata as suas lembranças itabiranas, de onde o poeta mineiro “trouxe prendas diversas”. Cada poeta e artista canta a sua cidade a sua maneira, eternizando-as em poemas e canções. No vasto repertório das composições da dupla Lennon-MacCartney, as músicas Strawberry Fields Forever e Penny Lane se destacam por fazerem referências à cidade de Liverpool.

Penny Lane e Strawberry Fields Forever foram lançadas em compacto no dia 17 de fevereiro de 1967-, por incrível que pareça, este é o único compacto dos Beatles que não alçou o primeiro lugar nas paradas britânicas e estadunidense, chegando ao segundo lugar apenas. Não que isto tire o mérito das composições, pelo contrário-, ambas figuram entre as composições da dupla Lennon-MacCartney mais elogiadas pela crítica musical popular e erudita. O compacto se encontra no ponto de transição entre os dois discos mais criativos do quarteto de Liverpool: o disco REVOLVER, lançado em 05 de agosto de 1966; e o álbum SGT. PEPPER´S LONELY HEARTS CLUB BAND lançado em 01 de junho de 1967.

Strawberry Fields Forever é uma composição marcadamente com o estilo de John Lennon, com uma pequena contribuição de Paul MacCartney em alguns versos. Destaque para a introdução com piano mellotron, arranjos com três violoncelos e quatro trompetes feitos pelo produtor da banda George Martin. O tema centra-se no terreno do exército da salvação em Liverpool que se chama Strawberry Field, estando a uma rua paralela de onde morava John Lennon com a sua tia Mimi; a famosa rua Menlove Avenue, que ainda daria nome ao famoso disco homônimo de 1986 de Lennon.

Penny Lane é considerada a “resposta” de Paul à Strawberry Fields. A letra descreve pontos da famosa rua homônima de Liverpool, com os seus personagens típicos, desde um bombeiro, um barbeiro e uma bonita Enfermeira com uma bandeja em mãos. Com um arranjo e com uma melodia fantástica, ela conta com melodioso solo de trompete alto, que gera uma boa harmonia com a flauta, com cello, juntamente com o piano tocado por Paul.

A estrutura de composição e harmônica, além dos arranjos, são muito parecidos em ambas as composições. Em Strawberry Fields Forever, Lennon compõe uma ode a um lugar especial de sua infância, relembra o topoi por onde brincava com amigos na sua infância-, um espaço terno e ligado às boas lembranças e sentimentos cândidos. Em Panny Lane, Paul descreve a rua que percorria quase todos os dias rumo ao Liverpool Intitute, sua escola durante o período da sua infância e pré-adolescência. O topoi de John é idílico, onírico, um ponto de devaneio remetente a um tempo pretérito; o de Paul é nostálgico, descritivo-, a rua está “nos seus ouvidos e nos seus olhos”. Penny Lane e Strawberry Fields Forever são odes máximas compostas pelos dois principais compositores da Segunda metade o século XX e executada pela principal banda da Música Serial Pop de todos os tempos: THE BEATLES. John Lennon e Paul MacCartney relembram lugares de uma Liverpool passada, mas como diz Gaston Bachelard “a memória é falha”, devaneando-, a imaginação a completa.

Araraquara, 30 de novembro de 2009.

Strawberry Fields Forever

Strawberry Fields Forever -Campos De Morangos Para Sempre

Let me take you down -Deixe-me te levar
Cause I'm going to -Porque eu estou indo aos
Strawberry Fields -Campos de morangos
Nothing is real -Nada é real
And nothing to get hung about -Não há por que esperar
Strawberry Fields forever- Campos de morangos para sempre

Living is easy with eyes closed -Viver é fácil com os olhos fechados
Misunderstanding all you see -Sem entender o tudo que você vê
It's getting hard to be someone- Está ficando difícil ser alguém
But it all works out -Mas tudo parece funcionar bem
It doesn't matter much to me- E isso não é muito importante pra mim

Let me take you down -Deixe-me te levar
Cause I'm going to -Porque eu estou indo aos
Strawberry Fields -Campos de morangos
Nothing is real -Nada é real
And nothing to get hung about -Não há por que esperar
Strawberry Fields forever- Campos de morangos para sempre

No one I think is in my tree -Acho que não tem ninguém na minha árvore
I mean it must be high or low -Quer dizer, deve estar alto ou baixo
That is you can't you know tune in -Ou seja, você sabe que não pode entoar
But it's all right- Mas tá tudo certo
That is I think it's not too bad- Assim, penso que não é tão ruim

Let me take you down- Deixe-me te levar
Cause I'm going to- Porque eu estou indo aos
Strawberry Fields- Campos de morangos
Nothing is real- Nada é real

And nothing to get hung about -Não há por que esperar
Strawberry Fields forever- Campos de morangos para sempre

Always, no, sometimes, think it's me -Sempre, não, às vezes, acho que é me
But you know I know when it's a dream- Mas você sabe que eu sei quando é um sonho
I think, er, no I mean, er, yes -Penso que, er, não quero dizer, er, sim
But it's all so wrong- Mas é tudo tão errado
That is I think I disagree- Isso é que eu acho que eu discordo

Let me take you down- Deixe-me levá-lo para baixo
Cause I'm going to Cause I'm going to
Strawberry Fields Strawberry Fields
Nothing is real
-Nada é real
And nothing to get hung about -E nada de ficar pendurado sobre
Strawberry Fields forever -Campos de morangos para sempre
Strawberry Fields forever -Campos de morangos para sempre
Strawberry Fields forever -Campos de morangos para sempre

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Penny Lane

Penny lane there is a barber showing photographs -Em Penny Lane há um barbeiro mostrando fotos
Of every head he´s had the pleasure to have known -De cada cabeça que ele teve o prazer de conhecer
And all the people that come and go- E todas as pessoas que vão e vem
Stop and say hello -Pare e diga olá

On the corner is a banker with a motor car- Na esquina há um banqueiro com um carro
The little children laugh at him behind his back- As criancinhas riem dele por suas costas
And the banker never wears a mac -E o banqueiro nunca usa um mac
In the pouring rain -Na chuva
Very strange- Muito Estranho

Penny lane is in my ears and in my eyes- Penny Lane está meus ouvidos e nos meus olhos
There beneath the blue suburban skies -Lá em baixo do céu azul do subúrbio
I sit and meanwhile back- Eu sento e enquanto isso.

In penny lane there is a fireman with an hourglass- Em Penny lane há um bombeiro com uma ampulheta
And in his pocket is a portrait of the queen -E no seu bolso há uma foto da rainha
He likes to keep his fire engine clean- Ele gosta de manter seu motor limpo
It´s a clean machine- É uma máquina limpa

Penny lane is in my ears and in my eyes -Penny Lane está no meus ouvidos e nos meus olhos
A four of fish and finger pies- A quatro dedos de peixes e tortas
In summer, meanwhile back -No verão, entretanto, de volta

Behind the shelter in the middle of the roundabout- Atrás do abrigo no meio de uma rótula
The pretty nurse is selling poppies from a tray -A bonita enfermeira vendendo papoula em uma bandeja
And though she feels as if she´s in a play -E embora ela sinta como se estivesse em uma peça
She is anyway- Ela está mesmo

Penny lane the barber shaves another customer- Penny Lane o barbeiro faz a barba de outro cliente
We see the banker sitting waiting for a trim -Nós vemos o banqueiro sentado esperando por um corte
And then the fireman rushes in- E então o bombeiro corre
From the pouring rain- para dentro vindo da chuva
Very strange- Muito Estranho

Penny lane is in my ears and in my eyes -Penny Lane está nos meus ouvidos e nos meus olhos
There beneath the blue suburban skies- Lá debaixo do céu azul sub urbano
Penny lane is in my ears and in my eyes- Penny Lane está nos meus ouvidos e nos meus olhos
There beneath the blue suburban skies- Lá debaixo do céu azul sub urbano
Penny lane Penny lane.

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O cinema e a sua reprodutividade técnica na era da cultura de massas.

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Preponderantemente, existem duas formas de análise de uma obra de arte: a primeira puramente imanentista, preocupada estritamente com os elementos internos e estéticos da obra, e a segunda puramente de bases sociológicas preocupada com a relação dialógica e, em grande parte, dialética da obra de arte com a sociedade. A análise de base sociológica teve o advento e uma relação com o pensamento marxista através do método “materialista histórico dialético”. Um dos principais teóricos do marxismo e um dos mais importantes estudiosos da sociologia da arte foi o alemão Walter Benjamin. Em um célebre ensaio “A obra de arte da era da sua reprodutividade técnica”, texto datado de 1936, o pensador alemão lançou as bases para o estudo da cultura de massas e fez uma relevante análise sociológica do cinema.

No seu ensaio, Walter Benjamin analisa a tendência evolutiva da arte nas condições materiais do modo de produção capitalista a partir do método marxista. O método materialista histórico dialético vê a história e o desenvolvimento da sociedade como um processo dialético. As condições materiais e as relações do modo de produção, que se configuram na relação entre forças produtivas e meios de produção, se materializam na história, no modo de organização da sociedade e na arte em geral.

Walter Benjamin relaciona as características materiais do modo de produção capitalista, um modo de produção serial e em massa, com o surgimento da “era da reprodutividade técnica da obra de arte”. O pensador alemão salienta que a obra de arte sempre foi reprodutível. Contudo, a reprodução técnica representaria um processo novo que se desenvolve a partir das técnicas e organização do modo de produção capitalista. O novo processo de reprodução técnica trouxe implicações para o desenvolvimento das artes sem precedentes: como a crise da autenticidade, a perda da tradição e o advento da cultura de massas.

Na reprodutividade técnica, não existem os conceitos de falsidade e autenticidade, ou seja, eles não são aplicáveis. A esfera da autenticidade, de acordo com Benjamin, escapa à reprodutividade técnica. A autenticidade é a quintessência de tudo o que foi transmitido pela tradição, desde a sua origem, passando pela sua duração material, indo até o seu “testemunho histórico”. Falsidade e autenticidade da obra tornam-se sem sentido e sem importância, neste contexto, pois a reprodução técnica tira o “peso tradicional” da obra e, conseqüentemente, o peso da autenticidade e o conceito de falsidade.

A reprodução técnica retiraria, segundo Benjamin, o domínio da tradição da obra reproduzida. Na media em que há a reprodução, a obra perde a sua existência única e passa a ter uma existência serial. Benjamin afirma que a reprodução técnica permite a obra ir ao encontro do público. Como a obra de arte não possui mais uma existência única, cada indivíduo tem a possibilidade de consumir a sua, eis que surge a cultura de massas. Pois a obra de arte é concebida com a finalidade e a necessidade de sua reprodução técnica, sendo ela destinada às massas.

Na conjuntura da cultura de massas, o cinema surge e se torna uma arte ligada à era reprodutividade técnica. Benjamin afirma que, no caso da obra cinematográfica, é essencial a sua reprodução técnica e a sua difusão em massa se torna obrigatória. A difusão em massa se torna, em termos, obrigatória devido ao fato da produção de um filme ser muito cara, não havendo a possibilidade de um único consumidor pagá-lo e mantê-lo, desta forma, em uma existência única.

O filme é uma forma cujo caráter artístico seria, em grande parte, determinado pela sua reprodutividade. No entanto, a reprodutividade técnica modifica a relação das massas com a arte, formando um “paradigma contratual”. Na cultura de massas, há um “contrato” entre os produtores e realizadores de filmes com o público. São produzidos determinados tipos de filmes com determinadas características e funções, as quais o público está habituado a absorver. Como conseqüência, este “contrato” gera a perda de qualidade artística e a perda da necessidade de inovação e desenvolvimento da linguagem cinematográfica.

O cinema, no contexto da cultura de massas, serve apenas como objeto de entretenimento destinado às massas. Benjamin alerta sobre o fato do cinema está inserido neste contexto. Para ele, quanto mais se reduz “significação social” de uma arte, maior fica a distância, no público, entre a atitude de fruição e a atividade crítica. Benjamin salienta ainda que a partir do processo de reprodução técnica em massa, o cinema passa a se fundar em uma outra práxis: política. Ou seja, ele passa a servir como veículo de difusão de ideologias, seja diretamente ou indiretamente, como ocorreu na Itália fascista, na Alemanha nazista e em Hollywood.

O ensaio de Walter Benjamin “A obra de arte na era de sua reprodutividade técnica” constitui um dos principais e mais influentes estudos sobre o cinema. Ele relaciona o desenvolvimento dos modos de produção capitalista com o advento da era da reprodutividade técnica da obra de arte e ao desenvolvimento da arte cinematográfica. A era reprodutividade técnica trouxe algumas implicações para a obra de arte, como uma existência serial e a fundamentação em uma práxis política, de modo que a reprodução em massa corresponde de perto à reprodução das massas, sou seja, corresponde à criação da cultura de massas, na qual o cinema possuiria um papel central, mas não único.

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40 anos do disco Abbey Road

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Muito se escreveu, e tem-se escrito, sobre os Beatles. A banda inglesa revolucionou a Música Serial Pop, elevando-a a um patamar artístico jamais alcançado por um determinado gênero da musica pop mundial. A sua discografia representa todo um percurso de ascensão criativa, desde o primeiro álbum de estúdio PLEASE, PLEASE ME (U.K., 1962), passando por álbuns como HELP (U.K., 1964); REVOLVER (U.K., 1966); SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND (U.K., 1967); WHITE ALBUM (U.K., 1968) e, o seu último álbum de estúdio, ABBEY ROAD (U.K., 1969), que completou 40 anos no dia 26 de setembro, o que a consolidou como a principal banda da segunda metade do século XX.

O Álbum Branco havia sido lançado em 30 de novembro de 1968, podendo ser considerado a “Arte Suprema da Humanidade”, o que de mais elevado, em termos artísticos, ela pode criar, ao lado da “Capela Sistina”, da “Nona Sinfonia”, de “Os Irmãos Karamazov”, do ‘O Sétimo Selo”, da “Balada do Mar Salgado”. Os Beatles conseguiram atingir o seu ápice criativo. No início de 1969, John, Paul, George e Ringo se reuniram para gravar um novo e audacioso projeto, que se mostrou conturbado e caótico-, sem falar de traumático. Queriam um álbum mais sintético e puro, sem o avant-gard de SGT. PEPPER e de WHITE ALBUM, executaram LET IT BE, que posteriormente resultou em um filme e em um álbum homônimo lançado em 1970. Após abandonar este projeto, o Fab Four entra novamente no estúdio Abbey Road, em Londres, para gravar o seu último álbum de estúdio, intitulado Abbey Road.

Abbey Road é o disco mais popular e o mais vendido de todos os outros trezes da discografia oficial dos Beatles. São, ao todo, dezessete músicas, se bem que na contra capa aparece apenas o nome de dezesseis; Paul havia “escondido” uma faixa surpresa “Her Majesty” no Lado B. A álbum possui uma estrutura interessante, dual-, mas sintética. O Lado A, com as suas seis faixas, estaria relacionado com a proposta das músicas do White Album-, músicas mais “rockeiras”, o Lado B, com a exceção de “Here Comes The Sun”, pode ser considerado a primeira tentativa de se compor uma “Opera Rock”. Todas as nove canções se encaixam em uma estrutura coesa, começando com a sombria “Because”, indo até o término com a frenética e calma “The End”, terminando como se fosse uma Voyage, no sentido baudelairiano do termo, mas depois da pausa, tem-se o presente pra ela-, alguns anos depois os Sexs Pistols fariam uma canção afirmando o contrário.

Se utilizássemos a teoria do critico estadunidense Harold Bloom sobre a “Angústia da Influência”, diríamos que os Beatles se encontra no centro do cânone da música pop serial. Basta vermos o impacto que as composições e os álbuns causam nos procedentes. “Come Together” abre é a faixa que abre o álbum, com um dos riffs e um dos refrões mais populares de todos os tempos: “Come together / right now / over me”. O vocal de John é “arrastado”, a sua prosódia está em um meio termo entre o falado e o cantado-, modelo este que seria a base do RAP.

A segunda composição “Somenthing” é a segunda música mais regravada do Beatles, perdendo apenas para “Yesterday”. Contrariando Frank Sinatra, que dizia ser “Somenthing” a sua composição predileta da dupla Lennon-MacCartney-, a autoria é de George Harrison, que a compôs em homenagem a sua esposa Pattie Boyd, que ainda ganharia “Layla” de Eric Clapton. Além da letra e da melodia, tem-se o espetacular baixo de Paul, o que resultou em uma das mais famosas lendas sobre os Beatles: a de que Paul queria “sacanear” o George criando uma composição para baixo fenomenal,

A faixa seguinte é uma típica composição Lennon-MacCartney “Maxwell’s Silver Hammer”-, um rock experimental com as marteladas de Mal Evans-, o que contrasta com faixa seguinte “Oh! Darling”: um típica composição, chorosa, de Paul, com uma levada que caminha entre o vocal de Blues e de Soul. Precedida pela “faixa Ringo” de cada álbum “Octopus Garden”-, uma boa composição do baterista. O Lado A termina com a fantástica “I Want You (She’s so Heavy)”; uma verdadeira precursora do Hard Rock e do Heavy Metal. Uma típica canção Lennon, que se assemelhando às outras como “Yer Blues”; “Happiness Is A Harm Gun”; “Tomorow Never Knows”. A melodia é lenta, mas destaque para os solos de guitarra de George e para a bateria de Ringo, que dão um ton pesado “heavy” para a música. A faixa é uma composição pesada e sombria.

Here Comes The Sun” abre o Lado B. Ela é outra famosa composição de George, que se mostra um excelente compositor. Em seguida, têm-se quase dezessete minutos initerruptos de música, todas as outras nove composições se encaixam como se fossem uma única faixa com movimentos. Começa-se com “Because”, com um vocal de John, passando por “You Never Give Me Your Money”, cantada apor Paul; por “Sun King”, com trechos em vários idiomas; “Mean Mr. Mustard” e “Polytheme Pam”, tendo um crescendo com “She Came In Trhough The Bathroom Window”-, chegando á calma “Golden Slumber” (inspirada em uma música de acalanto), que se segue por “Carry That Weight” e termina com “The End”, neste ponto tem-se o melhor solo de bateria jamais tocado por Ringo.

O fim da opereta é anunciado, o álbum é lançado-, os quatro atravessam as faixas de Abbey Road. A teoria da conspiração: “Paul is DEAD”, seus olhos estão fechados-, está descalço. Deixando de lado a teoria de lado, o A e o B são ambos diferentes-, mas com uma grande qualidade a sua maneira; o que originou um álbum sintético, com características de todos os álbuns anteriores concebidos pelo Fab Four. O disco começa com “Come Together”, “The End” não é niilista como a do Morrison. Ouçam o disco em estéreo, acabou o Lado A-, a agulha subiu após “I Want You (She’s so Heavy)”, levante-se e vire-o: “Here Comes The Sun”.
Araraquara, 26 de setembro de 2009.

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O que restou de nossos amores. Crônicas de um filme incabado.

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Em setembro de 2008, filmei um curta-metragem intitulado "O QUE RESTOU DE NOSSOS AMORES". Uma história simples: um casal se conhece no banco, em frente ao RU, da FCL e passam a namorar. Com o tempo, eles brigam e passam a escrever frases raivosas um para o outro nos corredores da faculdade. A última frase pixada pelo cara era "Estou farto das mulheres que amam, as que odeiam são muito mais interressantes", ao ler esta frase, ela decide começar a odiá-lo: seu primeiro ato de ódio é pintar o banco onde se encontravam todos os dias. Com tintas, ela começa a pintar, cheia de cólera-, mas estamos num contexto de greve estudantil de 2007. Ao ver uma passeata de alunos se aproximando, ela foge, deixando todas as tintas para trás. Os manifestantes aproveitam-se dos materiais deixados e pintam todos os outros bancos como forma de protesto. Resumindo, uma ficção histórica, que se apropriou de um fato inicial; que foi um dos elementos desencadiadores do processo de mobilização estudantil em Araraquara.

Bem esta é a história, ela foi filmada em três dias-, com peripécias e maluquices, desde o cameramem sumido, a pedidos de autorização negados para pintarmos os bancos-, mas no fim deu para filmar tudo. Mas o editor perdeu o último dia de filmagens e, para piorar, ele não tiham feito backup. Por isso o filme vai ficar sempre incabado. Já que o diretor quebrou uma das regras principais de um set de filmagens: nunca se separe da atriz antes do filme ser lançado. Sobrou as fotos, uma letra de música, que seria tema e o making off. No final pintamos mesmo todos os bancos, meio que num happening-, mas tivemos que limpá-los depois. Nem penso em trabalhar mais nele, pois ele será sempre o meu primeiro, em todas as acepções do termo, filme inacabado-, deixemo-los lá...


O que restou de nossos amores.

O que restou de nossos amores?
Lembranças amargas da saudade.
Loucuras ultrapassadas da realidade.

O que restou de nossos amores.
Viagens de um tempo imaginado,
Com glórias de nossos tempos passado.

O que restou de nossos amores!
As vozes abafadas ao acaso,
Escala, acordes desafinados.

O que restou de nossos amores?
Porta-retratos vazios,
Lembranças cheias de amores...

O que restou de nossos amores?
Eu, o espelho e os meus temores.

O que restou de nossos amores...

(composição de Breno Rodrigues e Fabiana Virgílio)