Excursão Planeta Terra Festival 2009

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4º Araraquara Punk

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40 anos do disco Abbey Road

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Muito se escreveu, e tem-se escrito, sobre os Beatles. A banda inglesa revolucionou a Música Serial Pop, elevando-a a um patamar artístico jamais alcançado por um determinado gênero da musica pop mundial. A sua discografia representa todo um percurso de ascensão criativa, desde o primeiro álbum de estúdio PLEASE, PLEASE ME (U.K., 1962), passando por álbuns como HELP (U.K., 1964); REVOLVER (U.K., 1966); SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND (U.K., 1967); WHITE ALBUM (U.K., 1968) e, o seu último álbum de estúdio, ABBEY ROAD (U.K., 1969), que completou 40 anos no dia 26 de setembro, o que a consolidou como a principal banda da segunda metade do século XX.

O Álbum Branco havia sido lançado em 30 de novembro de 1968, podendo ser considerado a “Arte Suprema da Humanidade”, o que de mais elevado, em termos artísticos, ela pode criar, ao lado da “Capela Sistina”, da “Nona Sinfonia”, de “Os Irmãos Karamazov”, do ‘O Sétimo Selo”, da “Balada do Mar Salgado”. Os Beatles conseguiram atingir o seu ápice criativo. No início de 1969, John, Paul, George e Ringo se reuniram para gravar um novo e audacioso projeto, que se mostrou conturbado e caótico-, sem falar de traumático. Queriam um álbum mais sintético e puro, sem o avant-gard de SGT. PEPPER e de WHITE ALBUM, executaram LET IT BE, que posteriormente resultou em um filme e em um álbum homônimo lançado em 1970. Após abandonar este projeto, o Fab Four entra novamente no estúdio Abbey Road, em Londres, para gravar o seu último álbum de estúdio, intitulado Abbey Road.

Abbey Road é o disco mais popular e o mais vendido de todos os outros trezes da discografia oficial dos Beatles. São, ao todo, dezessete músicas, se bem que na contra capa aparece apenas o nome de dezesseis; Paul havia “escondido” uma faixa surpresa “Her Majesty” no Lado B. A álbum possui uma estrutura interessante, dual-, mas sintética. O Lado A, com as suas seis faixas, estaria relacionado com a proposta das músicas do White Album-, músicas mais “rockeiras”, o Lado B, com a exceção de “Here Comes The Sun”, pode ser considerado a primeira tentativa de se compor uma “Opera Rock”. Todas as nove canções se encaixam em uma estrutura coesa, começando com a sombria “Because”, indo até o término com a frenética e calma “The End”, terminando como se fosse uma Voyage, no sentido baudelairiano do termo, mas depois da pausa, tem-se o presente pra ela-, alguns anos depois os Sexs Pistols fariam uma canção afirmando o contrário.

Se utilizássemos a teoria do critico estadunidense Harold Bloom sobre a “Angústia da Influência”, diríamos que os Beatles se encontra no centro do cânone da música pop serial. Basta vermos o impacto que as composições e os álbuns causam nos procedentes. “Come Together” abre é a faixa que abre o álbum, com um dos riffs e um dos refrões mais populares de todos os tempos: “Come together / right now / over me”. O vocal de John é “arrastado”, a sua prosódia está em um meio termo entre o falado e o cantado-, modelo este que seria a base do RAP.

A segunda composição “Somenthing” é a segunda música mais regravada do Beatles, perdendo apenas para “Yesterday”. Contrariando Frank Sinatra, que dizia ser “Somenthing” a sua composição predileta da dupla Lennon-MacCartney-, a autoria é de George Harrison, que a compôs em homenagem a sua esposa Pattie Boyd, que ainda ganharia “Layla” de Eric Clapton. Além da letra e da melodia, tem-se o espetacular baixo de Paul, o que resultou em uma das mais famosas lendas sobre os Beatles: a de que Paul queria “sacanear” o George criando uma composição para baixo fenomenal,

A faixa seguinte é uma típica composição Lennon-MacCartney “Maxwell’s Silver Hammer”-, um rock experimental com as marteladas de Mal Evans-, o que contrasta com faixa seguinte “Oh! Darling”: um típica composição, chorosa, de Paul, com uma levada que caminha entre o vocal de Blues e de Soul. Precedida pela “faixa Ringo” de cada álbum “Octopus Garden”-, uma boa composição do baterista. O Lado A termina com a fantástica “I Want You (She’s so Heavy)”; uma verdadeira precursora do Hard Rock e do Heavy Metal. Uma típica canção Lennon, que se assemelhando às outras como “Yer Blues”; “Happiness Is A Harm Gun”; “Tomorow Never Knows”. A melodia é lenta, mas destaque para os solos de guitarra de George e para a bateria de Ringo, que dão um ton pesado “heavy” para a música. A faixa é uma composição pesada e sombria.

Here Comes The Sun” abre o Lado B. Ela é outra famosa composição de George, que se mostra um excelente compositor. Em seguida, têm-se quase dezessete minutos initerruptos de música, todas as outras nove composições se encaixam como se fossem uma única faixa com movimentos. Começa-se com “Because”, com um vocal de John, passando por “You Never Give Me Your Money”, cantada apor Paul; por “Sun King”, com trechos em vários idiomas; “Mean Mr. Mustard” e “Polytheme Pam”, tendo um crescendo com “She Came In Trhough The Bathroom Window”-, chegando á calma “Golden Slumber” (inspirada em uma música de acalanto), que se segue por “Carry That Weight” e termina com “The End”, neste ponto tem-se o melhor solo de bateria jamais tocado por Ringo.

O fim da opereta é anunciado, o álbum é lançado-, os quatro atravessam as faixas de Abbey Road. A teoria da conspiração: “Paul is DEAD”, seus olhos estão fechados-, está descalço. Deixando de lado a teoria de lado, o A e o B são ambos diferentes-, mas com uma grande qualidade a sua maneira; o que originou um álbum sintético, com características de todos os álbuns anteriores concebidos pelo Fab Four. O disco começa com “Come Together”, “The End” não é niilista como a do Morrison. Ouçam o disco em estéreo, acabou o Lado A-, a agulha subiu após “I Want You (She’s so Heavy)”, levante-se e vire-o: “Here Comes The Sun”.
Araraquara, 26 de setembro de 2009.

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